ATA DA QUADRAGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 23-6-2003.

 


Aos vinte e três dias do mês de junho de dois mil e três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Cassiá Carpes, Darci Campani, Elias Vidal, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Margarete Moraes, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Raul Carrion e Renato Guimarães. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Wilton Araújo e Zé Valdir. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Quadragésima Sexta Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Cassiá Carpes, os Pedidos de Providências nºs 973 e 974/03 (Processos nºs 3099 e 3100/03, respectivamente); pela Vereadora Clênia Maranhão, o Pedido de Informações nº 114/03 (Processo nº 3061/03); pelo Vereador Ervino Besson, o Pedido de Providências nº 992/03 (Processo nº 3124/03); pelo Vereador Haroldo de Souza, o Projeto de Lei do Legislativo nº 155/03 (Processo nº 3076/03), pelo Vereador Isaac Ainhorn, o Projeto de Resolução nº 057/03 (Processo nº 2981/03), pelo Vereador Raul Carrion, as Emendas nºs 31 e 32 ao Projeto de Lei do Executivo nº 020/03 (Processo nº 2717/03). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nºs 261, 264, 265, 266 e 267/03, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Alzira Dornelles Ban, Presidenta da Associação dos Amigos e Moradores do Bairro Menino Deus - ASSAMED, que discorreu acerca do Posto do Instituto Nacional de Seguro Social – INSS – localizado na Avenida Érico Veríssimo, salientando os benefícios gerados por esse posto para a comunidade do Bairro Menino Deus. Ainda, alertou sobre os potenciais efeitos da reforma previdenciária pretendida pelo Governo Federal sobre a movimentação do quadro de pessoal lotado nesse posto de atendimento. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Nereu D'Avila, Aldacir Oliboni, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Haroldo de Souza, Cassiá Carpes, João Carlos Nedel e Raul Carrion manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e vinte e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e um minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a homenagear o transcurso do octogésimo sexto aniversário de fundação da Escola de Ensino Médio São Luiz, nos termos do Requerimento nº 064/03 (Processo nº 1207/03), de autoria do Vereador Cassiá Carpes. Compuseram a Mesa: o Vereador João Antonio Dib, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; a Irmã Ana Inês Toigo, Diretora da Escola de Ensino Médio São Luiz; a Vereadora Maria Celeste, 1ª Secretária da Câmara Municipal de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Cassiá Carpes pronunciou-se sobre o transcurso do octogésimo sexto aniversário de fundação da Escola de Ensino Médio São Luiz, relembrando fatos alusivos à história dessa instituição, desde a matrícula dos primeiros alunos, em mil novecentos e dezesseis, até a implantação do Ensino Médio, em dois mil. Ainda, elogiou a infra-estrutura e a variedade de atividades culturais disponibilizadas por esse estabelecimento de ensino. O Vereador Ervino Besson referiu-se ao transcurso do octogésimo sexto aniversário de fundação da Escola de Ensino Médio São Luiz, comentando sua experiência pessoal como pai de ex-alunos dessa instituição. Também, enalteceu os valores cultuados por essa Escola e ressaltou a importância do empenho de professores, funcionários, diretoria e prestadores de serviço em prol da qualidade da educação e do bem estar de todos os seus alunos. O Vereador João Carlos Nedel discursou acerca do octogésimo sexto aniversário de fundação da Escola de Ensino Médio São Luiz, salientando a justeza da homenagem hoje prestada e mencionando a afinidade que Sua Excelência tem com personalidades e instituições ligadas a essa Escola. Ainda, destacou o significado do ensinamento de princípios morais e éticos durante o processo educacional adotado em escolas confessionais cristãs. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Ana Inês Toigo, Diretora da Escola de Ensino Médio São Luiz, que gizou a importância da homenagem prestada por este Legislativo aos oitenta e seis anos da referida Escola. Após, os alunos da Escola de Ensino Médio São Luiz realizaram apresentação artística, tendo as Senhoras Maria Elizabete Guimarães do Carmo e Vânia Oliveira Chiechelski manifestado-se relativamente à presente homenagem. Ainda, a Senhora Zuleica Almeida Rangel e os alunos Leandro Ávila da Silva e Maira Simões Rodrigues agradeceram a homenagem prestada por esta Casa ao octogésimo sexto aniversário de fundação da Escola de Ensino Médio São Luiz. Em prosseguimento, o Senhor Presidente informou que o Vereador Dr. Goulart representará externamente este Legislativo na cerimônia de lançamento do Programa Cuca Legal, a ser realizada hoje, no Palácio Piratini, e que o Vereador Reginaldo Pujol representará externamente este Legislativo em reunião do Conselho Regional de Desenvolvimento – COREDE – da Região do Delta do Jacuí, a realizar-se às quatorze horas de hoje, no Campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Também, foi apregoado Requerimento do Vereador Luiz Braz, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Juvenal Ferreira, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Constituição e Justiça. Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada pelo Vereador Cassiá Carpes, Líder da Bancada do PTB, informando o impedimento da Suplente Maria Luiza em assumir a vereança no dia de hoje, em substituição ao Vereador Luiz Braz. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Clênia Maranhão relatou visita realizada hoje por Sua Excelência à Prefeitura Municipal de Porto Alegre, ocasião na qual o Executivo Municipal manifestou a intenção de apresentar Projeto de Lei que assegure quota mínima de participação para os afro-descendentes em concursos públicos. Também, informou o agendamento de audiências públicas a serem realizadas pela Comissão de Educação, Cultura e Esportes. O Vereador Haroldo de Souza reportou-se ao Projeto de Lei do Legislativo nº 106/03 (Processo nº 2341/03), de autoria de Sua Excelência, o qual dispõe sobre Programa de Prevenção e Controle do Diabetes em Crianças e Adolescentes. Ainda, criticou o posicionamento do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República, frente às questões que envolvem interesses econômicos internacionais, tais como a possível adesão do Brasil à Área de Livre Comércio das Américas – ALCA. O Vereador Nereu D'Avila discorreu sobre o transcurso, hoje, do décimo primeiro aniversário de existência da Associação Gaúcha dos Familiares de Pacientes Esquizofrênicos – AGAFAPE, citando dificuldades enfrentadas pelos portadores dessa patologia. Também, defendeu a modificação dos critérios adotados pelo Executivo Municipal para a concessão de passes livres no sistema de transporte público urbano, tendo em vista estender esse benefício às crianças carentes. O Vereador Wilton Araújo, abordando proposta de reserva de quotas para a população afro-descendente, a ser enviada a este Legislativo pelo Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, afirmou ser tema polêmico mas relevante na discussão das distorções geradas pela cultura segregacionista vigente no cenário nacional. Ainda, anunciou jantar a ser realizado na Sociedade Floresta Aurora, com a presença da Senhora Matilde Ribeiro, Secretária Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. O Vereador Zé Valdir, avaliando a política de segurança pública que vem sendo praticada pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul, asseverou que, no entender de Sua Excelência, tal política cinge-se pela redução do policiamento nas zonas da periferia, pelo incremento do policiamento na área central da Cidade, bem como pela orientação aos policiais que, em situação de confronto, priorizem o uso da força. Ainda, aferiu o tratamento dispensado pela imprensa ao tema. O Vereador Aldacir Oliboni anunciou convênio entre os Governos Federal, Estadual e Municipal, o qual permitirá ao Hospital de Clínicas de Porto Alegre e ao Hospital Presidente Vargas a realização de procedimentos de laqueadura e de vasectomia. Ainda, analisou os Projetos de Lei do Legislativo n°s 260/01 e 114/02 e comunicou que o Vereador Carlos Alberto Garcia relatará o Projeto de Lei do Executivo que dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias para o ano vindouro. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Eliezer Pacheco, Secretário Municipal da Administração, e da Deputada Federal Maria do Rosário, convidando-os a integrar a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra ao Senhor Eliezer Pacheco que, em nome do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, do Projeto de Lei do Executivo nº 024/03 (Processo nº 3134/03), que dispõe sobre a reserva de vagas para afro-descendentes em concursos públicos para provimento de cargos efetivos, explanando a respeito da relevância dessa matéria. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Vereadora Clênia Maranhão que, em nome da Casa, saudou os visitantes. Também, o Senhor Presidente registrou a presença de representantes das seguintes entidades: União de Negros pela Igualdade – UNEGRO, Angola Janga, Assessoria de Políticas Públicas para o Povo Negro, Asskimodas, Centro Ecumênico da Cultura Negra, Conselho Reformista de Políticas Negras do Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB, Associação Satélite Prontidão, Associação Remanescentes de Quilombos do Barro Vermelho de Gravataí - RS, Central de Movimentos Populares, Instituto África-América, Grio-Fean-Conen, Movimento Negro Unificado, Liderança da Bancada do Partido dos Trabalhadores - PT - do Município de Gravataí - RS, Secretaria Municipal da Cultura. Na ocasião, foram apregoadas as Emendas n°s 33, de autoria do Vereador Cassiá Carpes, e 34, 35, 36 e 37, de autoria do Vereador Ervino Besson, todas ao Projeto de Lei do Executivo n° 020/03 (Processo n° 2717/03). Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, 6ª Sessão, esteve o Projeto de Lei do Executivo n° 020/03, discutido pelos Vereadores Ervino Besson, Margarete Moraes, João Carlos Nedel, Renato Guimarães, Elias Vidal e Zé Valdir. Na oportunidade, foi apregoada a Emenda n° 13, proposta pelo Vereador Cassiá Carpes e assinada pelo Vereador Cláudio Sebenelo, Líder da Bancada do PSDB, ao Projeto de Lei do Executivo n° 079/02 (Processo n° 3685/02). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Américo Leal, analisando ações governamentais adotadas pelo Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República, propôs reflexão acerca da atuação do Partido dos Trabalhadores no exercício do Governo Federal. Ainda, perquiriu se os atos administrativos propostos pelo Governo Federal estão de acordo com a ideologia professada por esse Partido e apreciou modificações anunciadas para o Programa Fome Zero. O Vereador Cassiá Carpes, exibindo folder que propõe aposentadoria para a dona de casa, de autoria da Vereadora Maristela Maffei, em adesão à Proposta de Emenda Constitucional da Deputada Federal Luci Choinacki, questionou as possibilidades de efetivação da proposta. Nesse contexto, citando modificações da previdência social pretendidas pelo Governo Federal, instou por explicações da Vereadora Maristela Maffei quanto ao manifesto daquele impresso. O Vereador João Bosco Vaz, propondo reflexão acerca do desempenho do Partido dos Trabalhadores à frente do Executivo Federal, afirmou que, no entender de Sua Excelência, registram-se disparidades entre esse desempenho e a ideologia do Partido. Nesse sentido, citou o manifesto da Vereadora Maristela Maffei em prol da aposentadoria da dona de casa como exemplo de ação paradoxal diante do cenário político nacional, mas asseverou ser a proposta justa e meritória. O Vereador Cláudio Sebenelo referiu-se a eventos a serem realizados pelo Executivo Municipal, no sentido de promover a revisão das disposições constantes no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental - PDDUA. Também, analisou os problemas existentes no sistema público de saúde mantido pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, relatando caso de falta de atendimento médico denunciado por cidadã à Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Após, foram apregoadas as Emendas nºs 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 55 e 56, de autoria do Vereador Nereu D'Avila, ao Projeto de Lei do Executivo nº 020/03 (Processo nº 2717/03). Também, foi apregoada a Emenda nº 14, de autoria do Vereador Raul Carrion, Líder da Bancada do PC do B, ao Projeto de Lei do Executivo nº 079/02 (Processo nº 3685/02). A seguir, constatada a existência de quórum, foram aprovados os seguintes Requerimentos: de nº 093/03 (Processo nº 2337/03 - Sessão Solene em homenagem à Comunidade Ítalo-Rio-Grandense), de autoria da Mesa Diretora; de nº 122/03 (Processo nº 3005/03 - Período de Comunicações em homenagem à Rede Brasil Sul de Comunicações - RBS, pela campanha "O Amor é a Melhor Herança - Cuide das Crianças"), de autoria do Vereador Nereu D'Avila. Na oportunidade, face Questões de Ordem formuladas pelos Vereadores Wilton Araújo e Isaac Ainhorn, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do teor e da tramitação do Requerimento nº 093/03 (Processo nº 2337/03). Após, constatada a existência de quórum, foram aprovados os seguintes Requerimentos: de nº 127/03 (Processo nº 3129/03 - Requer autorização para representar externamente este Legislativo em audiências com os Senhores Ministros do Esporte e das Cidades, a serem realizadas no dia vinte e seis de junho do corrente, com percepção de diária e passagens aéreas), de autoria do Vereador Raul Carrion; de nº 128/03 (Processo nº 3133/03 - Requer autorização para que Sua Excelência e os Vereadores Sebastião Melo, Ervino Besson e Marcelo Danéris representem externamente este Legislativo no Congresso Latino-Americano Extraordinário de Parlamentos Municipais, a ser realizado do dia três ao dia cinco de julho do corrente, em Santa Fé, Argentina, com percepção de diárias, passagens aéreas e taxas de inscrição), de autoria do Vereador Carlos Alberto Garcia. Em continuidade, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Marcelo Danéris, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando votação em destaque para o § 6º, proposto para o artigo 13 pela Emenda nº 09, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 079/02 (Processo nº 3685/02). Também, constatada a existência de quórum, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Marcelo Danéris, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Ainda, por solicitação do Vereador Raul Carrion, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Agnelo Queiroz dos Santos, pai do Senhor Agnelo Queiroz, Ministro dos Esportes, falecido no dia vinte e um de junho do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion manifestou-se sobre o 48º Congresso da União Nacional dos Estudantes - UNE, realizado do dia dezoito ao dia vinte e dois de junho do corrente, em Goiânia - GO, registrando a eleição do Senhor Gustavo Peta como novo Presidente da UNE. Também, discorreu sobre a votação, prevista para ocorrer amanhã, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, da Proposta de Emenda Constitucional nº 125, que versa sobre a possibilidade dos Municípios legislarem sobre os dias de funcionamento do comércio. A Vereadora Clênia Maranhão analisou dados alusivos à atuação dos Senhores Vereadores nos mais diversos campos de ação política e social, ressaltando a importância de que os debates realizados na Câmara Municipal de Porto Alegre sejam feitos com a maior seriedade e objetividade possíveis. Ainda, teceu considerações sobre aspectos alusivos ao Projeto de Lei do Executivo nº 020/03, que estabelece as Diretrizes Orçamentárias do Município para o ano vindouro, especialmente no que tange ao aporte de verbas para a manutenção de creches públicas. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e apregoadas as Emendas de nºs 57 a 63, de autoria do Vereador Nereu D'Avila, ao Projeto de Lei do Executivo nº 020/03 (Processo nº 2717/03). Após, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Reginaldo Pujol, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 079/02, com ressalva das Emendas a ele apostas, por vinte e seis votos SIM, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Pedro Américo Leal e Maristela Maffei, em votação nominal solicitada pelo Vereador Isaac Ainhorn, tendo votado os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Darci Campani, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sebastião Melo, Zé Valdir e Juvenal Ferreira. Na oportunidade, foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, nos termos regimentais. Foram aprovadas a Emenda nº 01, a Subemenda nº 01 à Emenda nº 01 e as Emendas nºs 02 e 03, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 079/02. Na ocasião, face Questão de Ordem formulada pelo Vereador Reginaldo Pujol, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da tramitação da Emenda nº 04, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 079/02. Foi rejeitada a redação proposta para a alínea “g” do artigo 5º do Projeto de Lei do Executivo nº 079/02, por oito votos SIM e dezesseis votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Darci Campani, tendo votado Sim os Vereadores Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Juvenal Ferreira e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Darci Campani, Dr. Goulart, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Renato Guimarães e Zé Valdir, votação esta declarada nula pelo Senhor Presidente. Na oportunidade, o Vereador Dr. Goulart formulou Requerimento verbal, solicitando providências da Mesa Diretora quanto ao paradeiro de resposta a Ofício encaminhado pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente para a Procuradoria-Geral do Município, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre o assunto. Às dezoito horas e quarenta e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezoito horas e cinqüenta minutos, constatada a existência de quórum. Foi votada destacadamente e rejeitada a redação proposta para o parágrafo 1º do artigo 5º do Projeto de Lei do Executivo nº 079/02, por um voto SIM e vinte votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado Sim o Vereador Cláudio Sebenelo e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Darci Campani, Dr. Goulart, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Renato Guimarães, Zé Valdir e Juvenal Ferreira. Após, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da anulação do processo de votação em destaque da alínea "g" do artigo 5º do Projeto de Lei do Executivo nº 079/02, efetuado anteriormente. A seguir, foi votada destacadamente e aprovada a alínea "g" do artigo 5º do Projeto de Lei do Executivo nº 079/02. Foram aprovadas as Emendas nºs 05, 06, 07 e 08, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 079/02. Na oportunidade, face Questão de Ordem formulada pelo Vereador Reginaldo Pujol, o Senhor Presidente prestou informações acerca dos trabalhos da presente Sessão. Foi aprovada a Emenda nº 09, com ressalva do destaque a ela aposta, ao Projeto de Lei do Executivo nº 079/02. Foi votado destacadamente e rejeitado o parágrafo 6º do artigo 13 do Projeto de Lei do Executivo nº 079/02, por dez votos SIM e onze votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Reginaldo Pujol, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Juvenal Ferreira e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Darci Campani, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion, Renato Guimarães e Zé Valdir. Foram aprovadas as Emendas nºs 10, 11, 12, 13 e 14 ao Projeto de Lei do Executivo nº 079/02. Após, o Senhor Presidente informou que o Vereador Wilton Araújo esteve representando externamente este Legislativo em evento realizado às treze horas de hoje na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 194/01, o qual teve sua apreciação suspensa, face à inexistência de quórum. Às dezenove horas e quatro minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo Vereador Darci Campani, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores João Antonio Dib e Elói Guimarães e secretariados pela Vereadora Maria Celeste. Do que eu, Maria Celeste, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Sr.ª Alzira Dornelles Ban, Presidenta da Associação dos Amigos e Moradores do Bairro Menino Deus - ASSAMED, está com a palavra, para tratar de assunto relativo ao fechamento do Posto do INSS da Av. Érico Veríssimo, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

A SRA. ALZIRA DORNELLES BAN: Boa-tarde a todos os amigos presentes, ao nosso ilustre Presidente da Câmara, grande amigo de uma vida, que nos deu a oportunidade de estar aqui, hoje, em nome do nosso bairro, cuja filosofia tem por base a união e o diálogo. (Lê.) “Prezado, Sr. Vereador e Engenheiro João Antonio Dib, digníssimo Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, estamos, por esta forma, como Presidenta da ASSAMED e Ouvidora da Câmara Municipal de Porto Alegre, pelo Conselho de Cidadãos Honorários, solicitando a V. Ex.ª, Líder desta entidade, que tem por lei o pensamento objetivo de construir uma sociedade igualitária e democrática, dentro dos princípios de justiça, cidadania e ética, que nos auxilie quanto à permanência do Posto do INSS, localizado na Av. Érico Veríssimo, 495, Bairro Menino Deus.

A localização é muito importante, correta, e há facilidade de acesso, com doze linhas de transporte público interligando vários bairros; há estacionamento para clientes e funcionários, instalações adequadas para facilitar o acesso de idosos e deficientes, elevador e uma equipe integrada para um bom atendimento. Muito embora o pequeno número de funcionários, o atendimento é muito bom.

Quando tudo está muito bom, uma boa administração deve analisar e dialogar com o objetivo de manter o nível já atingido e não desmanchar.

Estamos anexando comprovantes desse atendimento e solicitação já encaminhada à gerência e superintendência do INSS, responsáveis pela manutenção desse posto de que todos, unanimemente, gostam.

Agradecemos a oportunidade a nós concedida, de nos apresentarmos na Tribuna Popular desta Câmara, que sempre é fraterna, atenciosa com todos os que a procuram. Colocamo-nos, lá no Menino Deus, sempre prontos a colaborar, mantendo paz e fraternidade, e um carinhoso abraço comunitário a todos os amigos presentes e ao nosso Presidente. Com um abraço dos meninodeusenses”. Obrigada.

 

(É feita a projeção de fotos.)

 

Estamos entregando na mesa de cada Vereador a súmula de todas as vantagens do atendimento.

Estamos apresentando as fotografias do atendimento, tanto dentro quanto fora do prédio.

No abaixo-assinado, em três dias, conseguimos duas mil assinaturas; ele ainda está sendo passado, e, por motivo de tempo, não apelamos oficialmente para a Associação da Azenha. O nome do posto é Posto Azenha, mas é localizado no Bairro Menino Deus. É utilizado por vários bairros e, por isso, é importante, porque naquele local, quatorze viaturas públicas, linhas de ônibus passam, tem local para estacionamento, tem local para atendimento de todos os problemas dos usuários do posto. Atinge oitocentos atendimentos por dia, dezesseis mil por mês, e apenas nove funcionários - oficialmente são onze -, na realidade, fazem esse atendimento.

Qualquer um dos presentes pode ir lá e averiguar.

A administração do INSS deveria - a gerente, o supervisor - ir lá averiguar e dialogar com os funcionários, dialogar com os usuários, dialogar não só com a comunidade onde está, como com todas as comunidades que estão interligadas naquele local.

Eu acho que os Vereadores poderão analisar, nos ajudar a resolver esse problema, que é um problema social, de direitos humanos e de saúde.

Os motivos por que querem fechar o Posto foram entregues a cada um e estão aqui relacionados. Deve haver melhoria de atendimento? Deve. O Ver. Dr. Goulart conhece bem isso.

Então, onde está o Dr. Cláudio Sebenelo? Os médicos, especialmente, estão bem por dentro desse assunto, que é um assunto importante para o ser humano.

Então, nós, V. Ex.as, todos, representantes nossos e nós, lá, em nome do nosso Bairro, estamos solicitando uma união para defender esse atendimento aos moradores do Bairro e das adjacências do próprio.

Além do número insuficiente, sairão, nos próximos dias, em torno de oitenta e sete funcionários terceirizados, enquanto foram aproveitados trinta e sete novos servidores, do concurso público feito em março de 2003. A reforma da Previdência, nos moldes em que quer o Governo Federal, acentuará o problema devido à antecipação da aposentadoria dos servidores.

Vejam V. Ex.as quantos problemas interligados, e uma boa administração tem que saber resolver isso e não aprofundar mais os problemas.

O equipamento do local é muito bom.

 

(Mostra slides.)

 

Agora vamos passar ao atendimento lá dentro do posto e fora do posto. Vejam, dentro do posto, as nove bancas que atendem. Este é o funcionário que usa o mouse. Nós deixamos o nosso pensamento, a nossa solicitação em nome de todos os amigos humanos que precisam de um bom atendimento nesse sentido. Obrigada, Ver. João Antonio Dib, um abraço meninodeusense a todos os presentes.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Convido a Sr.ª Alzira Dornelles Ban para fazer parte da Mesa.

O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Presidente João Antonio Dib e nossa estimada amiga Alzira Ban, Presidenta da Associação dos Amigos Moradores do Bairro Menino Deus – ASSAMED -, em primeiro lugar, em nome da Bancada do PDT, representada nesta Câmara pelo Ver. Dr. Goulart, Ver. Ervino Besson, Ver. João Bosco Vaz, Ver. Isaac Ainhorn e por este Vereador, queremos hipotecar solidariedade, Dona Alzira, a essa luta do Bairro Menino Deus, que também é a luta de Porto Alegre. Eu tenho certeza que a Associação da Nova Azenha – ANA -, que também é muito dinâmica, tomando conhecimento desse abaixo-assinado, também o fará no Bairro Azenha, porque, em verdade, a agência fica no Bairro Menino Deus, mas pertence a toda a Azenha e Menino Deus. Dona Alzira, eu a parabenizo não só pelo conteúdo do apelo, já trazendo um abaixo-assinado que representa a vontade da população, slides no sentido da robustez da Agência, e também pela distribuição de material, que dá uma dimensão. O próprio jornal Correio do Povo estampava que quinze mil usuários por mês usam essa Agência, e, como dizem os panfletos que lemos rapidamente, ao invés de tentar fechar a Agência, têm mais é que abrir agências, inclusive porque estão discutindo a Reforma da Previdência no Congresso, e acho que o objetivo do Presidente e do Governo Lula não é exatamente fechar a Agência, que tem quinze mil usuários e um belo atendimento. Vê-se aqui que os prós são muito mais elencados, muito mais fortes do que os contras, do que os problemas da agência, que devem ser corrigidos. Portanto, não se nega à população um atendimento que, repito, é em torno de oitocentos por dia, cerca de quinze mil por mês; é importantíssimo.

Por tudo isso, nobre Presidenta da ASSAMED, leve de toda a Câmara e da Bancada do PDT a nossa solidariedade, e tenho certeza de que faremos tudo aquilo que nós pudermos fazer para ajudar na manutenção dessa importante Agência do INSS, aqui no Bairro Menino Deus, e que atinge praticamente todo o Centro da cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr.ª Alzira Dornelles Ban, Presidenta da ASSAMED, é com satisfação que recebemos a senhora aqui na nossa Câmara de Vereadores e, ao mesmo tempo, é importante que façamos alguns esclarecimentos. Conversei há pouco com o Superintendente do INSS no Rio Grande do Sul, o Sr. Vilmar Joel Eusch, e ele assegurou-me que existe a vontade de fechar essa Agência em função de ser de 12 mil e 500 reais o valor do aluguel, de haver a possibilidade de transferir esse atendimento para a Agência Partenon, com custo praticamente zero, até porque lá o prédio é do INSS; em função de estar-se abrindo um novo posto na Zona Sul, que atenderia a demanda necessária. Assim mesmo, o fechamento dessa Agência não está determinado. Portanto, é importante dizer que alguns fazem certos barulhos e que, no fim, não contribuem com a discussão e com a implementação de novos serviços. O que o nosso Superintendente do Estado do Rio Grande do Sul, Vilmar Joel Eushe, confirma é que não há ainda disponibilidade ou possibilidade de fechamento, mas, sim, um regramento maior, e que a população será muito melhor atendida. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr.ª Alzira, minha querida amiga, é impressionante, nesta altura da vida e do desenvolvimento, no século XXI, com esses dados que a senhora trouxe aqui, as pessoas terem a idéia, não sei quem, de fechar essa agência. É inconcebível que ainda tenhamos no serviço público, especialmente no INSS, que é também um órgão arrecadador, falta de servidores e péssimas condições de trabalho, como falta de equipamento, falta de mobiliário adequado, ausência de programas de informática, que são deficitários, falta de treinamento. Todo esse conjunto de problemas do INSS mostra o quanto nós ainda temos de caminhar, quando vemos um único posto para uma população de mais de setenta mil pessoas e ainda o fato de submeter essa população a essa ameaça, não só de mau funcionamento como de perda da agência. Pois é isso que eu acho que nós, como homens públicos – e a senhora pode contar com a Bancada do PSDB –, vamos fazer: ir ao INSS para saber do gerente regional o que está acontecendo. E inclusive, não é diminuir, não é fechar a agência; é melhorar, e melhorar muito, o serviço, porque, afinal de contas, nós pagamos, e o pagamento é feito à vista e, mensalmente, é arrecadado. Essa arrecadação tem de ter um retorno, e esse retorno tem de ser na qualidade do atendimento e, principalmente, no respeito à seguridade a que nós temos direito, porque isso foi feito por uma nação inteira. Nós não aceitamos esse tipo de represália seja lá ao que for. Nós queremos a permanência da agência Azenha no Bairro Menino Deus. Que fique aí mesmo, porque aí é o centro geográfico e o centro populacional e comercial, hoje, dessa zona mais próxima ao Centro da Cidade. Um grande abraço, D. Alzira.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, quero, em nome da nossa Bancada, do PPS, saudar a presença, nesta Casa, da ASSAMED, da sua Presidenta e das lideranças do nosso Bairro Menino Deus, que se tem mobilizado na defesa da garantia de um serviço público da maior relevância para os moradores do Bairro Menino Deus, da Azenha, da Praia de Belas, da Cidade Baixa e de uma série de bairros que circundam hoje a agência do INSS Azenha/Menino Deus. Hoje, no Bairro Menino Deus, passa uma lista, que já tem, aproximadamente, duas mil assinaturas de pessoas envolvidas na defesa da manutenção daquela agência do INSS naquela região. A mobilização se dá, corroborando a posição defendida pela ASSAMED, aqui, que é a de garantir à população serviço público próximo ao seu local de moradia. Vocês podem imaginar a transferência de uma agência daquele tamanho para o Bairro Partenon, o transtorno que traria àquela população? Queríamos externar a nossa solidariedade, publicamente, e esperar que a sua vinda alerte a sociedade na defesa de um serviço público para a população daquela região.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Sr.ª Alzira Dornelles Ban, Presidenta da nossa ASSAMED, eu fui morador do Bairro Menino Deus por 27 anos, desde quando vim para o Rio Grande do Sul, e tenho depoimentos favoráveis, evidentemente, ao posto do INSS desse populoso e grandioso bairro de nossa Capital. E eu não entendo, sinceramente não entendo, que, por 12 mil e 500 reais de aluguel, se pretenda causar uma balbúrdia danada, tamanha, levando todos esses que são beneficiários do INSS do Bairro Menino Deus, mas que compreende também o Bairro da Azenha, para o Bairro Partenon, criando problemas para os moradores do Menino Deus e da Azenha, mas também problemas para os moradores do Bairro Partenon, que já têm seus problemas individuais para resolver. É uma tentativa de fechamento de um posto do INSS, do Bairro Menino Deus, alegando, Ver. Aldacir Oliboni, que existe um aluguel de 12 mil e 500 reais, que é muito caro. Mas a estrutura que já está ali implantada deve ser preservada e melhorada. Nós, do PMDB, estamos com a senhora, com os moradores do Bairro Menino Deus e entendemos que é uma obrigação, sim, do Governo Municipal dar um atendimento melhor ainda, e não causar problemas para o Bairro Partenon, levando os problemas do Bairro Menino Deus e do Bairro da Azenha para aquele outro bairro de nossa Cidade. Conte com o nosso apoio, e esperamos que essa sua manifestação aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre tenha a repercussão devida na sociedade, mas, principalmente, naqueles que mandam, naqueles que decidem em nome do bem-estar do porto-alegrense. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Sr.ª Alzira Dornelles Ban, nossa satisfação em tê-la aqui, a nossa solidariedade, e quero dizer que esta Casa tem, freqüentemente, colocado neste plenário moções de apoio. E lhe proponho, como Vereador desta Casa, que nós possamos, neste plenário, fazer, em nome da Associação, em nome destes Vereadores, uma Moção de Apoio junto ao Superintendente do Estado, para que permaneça esse Posto do INSS. Portanto, esta é a colaboração do nosso Partido, deste Líder, junto com o Ver. Elói Guimarães e o Ver. Elias Vidal, para que nós possamos fazer, definitivamente, uma Moção de Apoio à permanência desse Posto no Bairro de vocês. Obrigado pela sua presença! Nossa solidariedade!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu gostaria de, em nome da Bancada do Partido Progressista Brasileiro - dos Vereadores João Antonio Dib, Pedro Américo Leal, Beto Moesch e deste Vereador -, dar as boas-vindas à Dona Alzira Dornelles Ban, Presidenta da Associação dos Amigos e Moradores do Bairro Menino Deus, à sua Vice-Presidente, Dona Gessy da Silva Fioravante, e demais membros da sua Diretoria, e cumprimentá-la pelas inúmeras lutas que a senhora faz em nome da sua comunidade. E esta, Dona Alzira, é mais uma luta importante para não deixar fechar o Posto de atendimento, a agência do INSS do seu Bairro.

A senhora vê as dificuldades que tem a nossa Previdência Social, com o envelhecimento do seu modelo, dos seus equipamentos, dos seus funcionários e que precisa, efetivamente, de uma reforma. Mas não é a reforma que vai fechar aquele posto. Tenha, Dona Alzira, a nossa solidariedade e o apoio da Bancada progressista nesta Casa. Meus cumprimentos. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra nos termos do artigo 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar, a nossa saudação à amiga Alzira Dornelles Ban, Presidenta da ASSAMED, em nome de quem saúdo toda a coletividade que se mobilizou no dia de hoje e está aqui presente. Quero dizer que estamos tomando conhecimento deste problema nesta tarde, através da oportuna vinda da Associação. Pelas informações que nos trazem, parece-nos que é justa a permanência dessa agência do INSS nessa região. Sabemos que a população usuária dessas agências, geralmente de mais idade, tem dificuldade de locomoção e transporte. Essa agência localiza-se onde está um dos pólos comerciais e de serviços de Porto Alegre, onde estão inúmeras agências bancárias, lojas e serviços. Ficamos mais tranqüilos com a informação do Ver. Aldacir Oliboni de que o próprio Superintendente Sr. Vilmar Joel Eusch afirma que não há nenhuma decisão nesse sentido. Queremos dizer que vamos fazer um contato com ele para saber o que está acontecendo. Evidentemente, a comunidade está preocupada, pois pode ter havido um boato. Estamos à disposição, em nome da Bancada do PC do B, para intermediar negociações no sentido de garantir a continuidade de um atendimento que é bom, pelo que todos dizem, adequado e para uma grande parcela da população. Contem com a Bancada do Partido Comunista do Brasil. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Todas as Lideranças se pronunciaram. Agradecemos a presença da Professora Alzira Dornelles Ban, Presidenta da ASSAMED, e formulamos votos de que ela consiga atingir os seus objetivos, isto é, dar melhores condições ao povo porto-alegrense de acesso à agência do INSS na Av. Érico Veríssimo. É um ponto central, deve ser preservado sem dúvida nenhuma.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h29min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib - 14h31min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje, período destinado a assinalar o transcurso do 86.ª aniversário de fundação da Escola de Ensino Médio São Luiz. Convido para compor a Mesa a Irmã Ana Inês Toigo.

O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra em Comunicações como proponente da homenagem.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. João Antonio Dib; Sr.ª Diretora da Escola de Ensino Médio São Luiz, Irmã Ana Inês Toigo; Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras; demais autoridades presentes; senhores da imprensa, senhoras e senhores.

Naquele início do século, o mundo vivia um período de excepcional efervescência política decorrente da 1.ª Guerra Mundial.

Em 23 de janeiro de 1916, tomava posse como Vigário da Paróquia Nossa Senhora da Saúde, o Padre André Pedro Frank.

Naquela ocasião, o Arcebispo Metropolitano Dom João Becker determinando, assim falou: “Fica o Sr. Vigário no compromisso de fundar aqui uma escola paroquial.” A ordem dada foi ouvida por João Mayer Júnior, um membro do Conselho Paroquial que, imediatamente, colocou à disposição a sua chácara, à Av. Teresópolis n.º 21.

Em 1916, foi matriculado o primeiro grupo de alunos. No final desse ano, a Congregação das Irmãs de São José adquiriu do Sr. João Mayer Júnior a referida chácara da Av. Teresópolis. Começava aí um novo tempo.

Em 1917, em 1.º de março, as Irmãs de São José assumiram a direção da escola paroquial.

Em 1922, o tempo passava, enquanto a pequena escola paroquial crescia. Em setembro, a paróquia iniciava a construção de um prédio destinado à educação dos meninos. Situava-se ao lado da igreja, na Praça Guia Lopes. Em 1.º de março de 1923, o prédio foi inaugurado e recebeu o nome de Colégio São Luiz, em homenagem ao Patrono da Juventude. Dava-se, assim, um modelo e um protetor aos meninos. O Conselho Paroquial chegou a pensar em confiar a escola aos Irmãos Maristas, mas estes não puderam assumir esse compromisso por falta de pessoal disponível. O Arcebispo Dom João Becker achou melhor fechar o colégio em 1926. Os alunos matriculados foram encaminhados à escola paroquial dirigida pelas Irmãs de São José, na Av. Teresópolis. O prédio da Praça Guia Lopes ficou vazio até 1933. Nesse ano, a escola paroquial, na Av. Teresópolis, transferiu-se para o prédio da praça Guia Lopes, que estava vazio, passou a denominar-se, oficialmente, Colégio São Luiz e transformou-se em uma escola mista. Em 1945, com a Reforma Capanema do Ensino Ginasial, deu-se a explosão de ginásios no Estado. Diante do crescimento do número de alunos do Colégio São Luiz, alimentou-se a aspiração do bairro, que era ter o seu próprio ginásio. Em 19 de março de 1955, com o lançamento da pedra fundamental, a Congregação das Irmãs de São José assumia o desafio da construção do prédio onde funcionaria o Ginásio Misto São Luiz. Em 25 de abril de 1956, ocorreu a inauguração, funcionando, de início, as 1.ª e 2.ª séries ginasiais. Concretizava-se, assim, o sonho do bairro. Em 1957, todos os níveis de ensino foram transferidos para o novo prédio. Em 1958, enfim, a semente germinou. Nesse ano, formou-se a primeira turma do Curso Ginasial São Luiz. Em 1981, foi implantada a pré-escola. A alegria dos pequeninos invadiu o espaço da escola. Em 2000, atendendo à expectativa da comunidade, foi implantado o Ensino Médio, oportunizando aos alunos uma formação integral na Escola. A Escola de Ensino Médio São Luiz é a soma da riqueza e da experiência de um passado fecundo, gerador de um presente atuante, que desafia a ação educativa a buscar novas respostas às necessidades emergentes para a construção de um mundo mais justo, solidário e fraterno. Hoje, a Escola São Luiz tem 387 alunos, 34 professores, 17 funcionários; biblioteca, laboratório, quadras de esportes, salas de artes e de música, áreas com bosques, além de atividades extraclasse: judô, violão, guitarra, teclado, dança, teatro, informática - a partir da 5.ª série - e coral infantil. Quero, nesta oportunidade, portanto, Sr. Presidente, em nome desta Casa, parabenizar os alunos que estão presentes, as alunas, os pais, funcionários, professores e diretores, no que se refere a esse belíssimo trabalho de 86 anos, Irmã. Aceitem os parabéns desta Casa, os parabéns do Bairro Teresópolis, os parabéns deste Vereador e de todos 33 Vereadores desta Casa. Parabéns, mais uma vez, e que sigam nesse trabalho essencial, fundamental, de educação, que é uma referência para Porto Alegre e para o nosso Bairro. Muito obrigado, Sr. Presidente, muito obrigado a esta Casa, felicidades a todos. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Ver. Cassiá Carpes, a Mesa deseja agradecer-lhe pelo seu pronunciamento em nome da Casa do Povo de Porto Alegre, especialmente quando as crianças, que são a nossa certeza do amanhã, estão aqui para acompanhar o trabalho dos Vereadores.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra, por cedência de tempo do Ver. Reginaldo Pujol, em Comunicações.

 

O SR. ERVINO BESSON: Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. João Antonio Dib; Sr.ª Diretora da Escola de Ensino Médio São Luiz, Irmã Ana Inês Toigo; querido colega desta Casa que teve essa brilhante idéia, Ver. Cassiá Carpes; Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, também eu quero aqui, com muito carinho, agradecer, meu caro Presidente, ao Ver. Reginaldo Pujol, que estava inscrito hoje no período de Comunicações e cedeu o tempo a este Vereador para que fizesse este pronunciamento em homenagem à Escola São Luiz. Também eu quero aqui registrar a presença da Vice-Diretora, a Irmã Lílian da Cruz, e da Prof.ª Carmela. Que alegria, Prof.ª Carmela, que foi uma das professoras do meu filho, que estudou na Escola São Luiz, Sandro Marcelo; Prof.ª Vana, que foi professora dos meus filhos, Sandro e Carize, que estudaram na Escola São Luiz; demais professoras; meu querido Sérgio e Dona Eloá, os “tios”, como as crianças os tratam, pelo carinho com que os transportam até a Escola; demais alunos aqui presentes e outros que não puderam estar aqui nesta Sessão de homenagem.

Eu quero, neste dia, saudar a Escola São Luiz pela glória dos seus 86 anos. Eu digo isso aqui com muito carinho, Ver. Cassiá Carpes, pela história da Escola São Luiz, por tudo que representou e continua representando para uma parcela dos nossos jovens aqui da cidade de Porto Alegre.

Há pouco estava conversando com a Dona Ruth Brum, esse extraordinário ser humano que é a Dona Ruth, pelo trabalho que tem realizado e continua realizando hoje nos clubes de mães, com esse vigor, com essa alegria que Deus lhe deu, Dona Ruth. E a senhora falou, de uma forma até um pouco emocionada, que trabalhou muito tempo na sua vida também na Escola São Luiz, e se referiu sobre a disciplina que é empregada na Escola, pelas Irmãs, pela sua direção, pelos grupos de professores e professoras e funcionários.

Minha cara Irmã Diretora, eu tenho um casal de filhos e os dois estudaram na Escola São Luiz, e eles só me dão alegrias. E quanto à Escola, como todos sabem, meus queridos alunos que lá estudam, vocês estão em uma bela Escola. Eu tenho certeza de que cada um de vocês darão as mesmas alegrias aos seus pais, assim como os meus filhos estão me dando. Porque é uma Escola que tem uma extraordinária disciplina, Irmã, e os professores e professoras, da forma como tratam os alunos... Eu sempre digo que os alunos devem respeitar os seus professores e suas professoras como se fossem o seu segundo pai ou sua segunda mãe. E a Escola São Luiz tem essa tradição, tem essa disciplina. Portanto, à Direção da Escola, aos professores, professoras e a todas aquelas Irmãs que lá trabalham, mais uma vez - querido Sérgio e Dona Eloá, que ao longo dos anos trabalham na Escola São Luiz transportando os alunos -, eu quero, do fundo da minha alma, dar uma abraço muito fraterno em cada um de vocês. E que Deus, minha querida Diretora, sempre esteja lhes guiando, para que vocês possam continuar esse belo trabalho que tem marcado esses 86 anos da Escola. Que sirva de exemplo para outras escolas! Um grande abraço do fundo da minha alma a cada um de vocês. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Almerindo Filho.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ex.mo Sr. Presidente da Câmara de Vereadores, Ver. João Antonio Dib, Irmã Ana Inês Toigo, Diretora da Escola de Ensino Médio São Luiz, demais Irmãs da Congregação de São José, professoras, professores, alunos e funcionários, transmito o cumprimento da Bancada do Partido Progressista Brasileiro pela comemoração do 86.º aniversário dessa instituição de ensino.

Gostaria, primeiramente, de cumprimentar o Ver. Cassiá Carpes pela grande oportunidade, pela grande homenagem à Escola São Luiz e à causa da educação. Não existe, Irmã Inês, causa tão importante de se defender como a causa da educação, e o Ver. Cassiá Carpes bem o sabe.

Para mim, esta oportunidade é muito importante e cheia de coincidências, pois aqui nesta Casa homenageei a Congregação das Irmãs de São José pelos 100 anos de vinda da Congregação ao Rio Grande do sul.

Nesta Casa homenageei o Cônego Nelson Selbach - diretor espiritual da Escola -, pelo seu aniversário e com o Título de Líder Comunitário.

E por mais uma feliz coincidência, Irmã Inês, sou natural de um distrito da cidade de São Luiz Gonzaga, cujo dia dedicado ao seu santo padroeiro, São Luiz, comemoramos, recentemente, no dia 21, que é o padroeiro também da Escola. Veja, Irmã, que coincidência.

Eu gostaria de dizer da importância da educação cristã, que é baseada nos valores morais e éticos do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, uma educação que oferece condições para a formação integral da pessoa, consciente, livre, responsável, subsidiária, aberta à transcendência no exercício pleno da cidadania, capaz, Irmã, de desenvolver uma ação transformadora da nossa sociedade.

Gostaria também de enfatizar a importância da ação da Igreja Católica na área da educação. Muitos podem se recordar... E o meu Líder, Ver. Pedro Américo Leal, tem absoluta certeza da importância das escolas de orientação cristã.

Veja quantas temos só em Porto Alegre. Para dar um pequeno exemplo, somente a Congregação da Província de Porto Alegre das Irmãs de São José tem três colégios, e nos três colégios são responsáveis por mais de um mil e setecentos alunos: mais de um mil e setecentas pessoas que vão lá buscar uma formação ética e moral para transformar essa sociedade, que tanto depende dessa educação. Felizes os pais que podem ter os seus filhos numa escola cristã, a exemplo da Escola São Luiz. Parabéns, Irmãs de São José pela sua dedicação à causa nobre da educação. Parabéns aos professores, que sabem muito bem transmitir essa mensagem de amor, esse valor ético para as futuras gerações, realmente, donas de nosso País. Parabéns aos funcionários. Parabéns à comunidade de Teresópolis, que tem a honra de sediar o colégio São Luiz. Parabéns ao Padre Nelson Selbach, que tão bem orienta espiritualmente esse Colégio. E à nossa querida Porto Alegre, que está recebendo uma formação sólida, uma formação importante para o seu crescimento, para o seu desenvolvimento. Que São Luiz Gonzaga continue abençoando e acompanhando toda a comunidade do Colégio São Luiz. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não há mais oradores inscritos.

A Irmã Ana Inês Toigo está com a palavra.

 

A SRA. ANA INÊS TOIGO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Disse um autor desconhecido: “Moço, eu estou nesse negócio de catar pedras faz bem uns 50 anos. Muita gente me dizia para largar disso, mas onde estava a coragem? Cada um tem de viver procurando alguma coisa. Tem quem procura paz; tem quem procura briga. Eu procuro pedras. E foi numa dessas noites de minha velhice que entendi por que nunca larguei disso. Só gente que garimpa pode tirar estrelas do chão.”

Nossa missão educativa é semelhante à do garimpeiro: tirar estrelas do chão. E nosso chão é a escola, precisamente a Escola de Ensino Médio São Luiz. É lá que construímos nossas auto-realizações e criamos um espaço prazeroso para nossos educandos, respeitando seu poder criativo, sua alegria de expressar-se, de descobrir e desenvolver suas aptidões e habilidades na realização plena e harmônica de suas personalidades, colocando-se a serviço da vida e dos irmãos.

Nosso chão é a escola, onde criamos estruturas e relações de igualdade, justiça e fraternidade. Desenvolvemos uma consciência ético-social num compromisso de participação e de transformação, conforme os princípios e valores do Evangelho.

Nosso chão é a escola, onde aprendemos a lutar pela liberdade do ser humano, acreditando no seu valor, defendendo a sua dignidade e seus direitos de participar e decidir. Este é o nosso chão.

E nossas estrelas, onde estão? Aí estão elas: nossos educandos, crianças e jovens, para lhes dizer, de modo singelo e diferente, o nosso muito obrigada. Obrigada por terem-se lembrado de nossa Escola, por sermos homenageados por nossa perseverança de 86 anos dedicados à missão educativa. Obrigada por acreditarem que a nossa parcela de contribuição soma forças às suas, para construirmos juntos uma sociedade mais justa, fraterna e solidária. E agora, com grande alegria, a apresentação de nossas estrelas.

 

(É feita a apresentação dos alunos da Escola de Ensino Médio São Luiz.)

 

Na continuidade, passo a palavra à Professora Maria Elizabete Guimarães do Carmo.

 

A SRA. MARIA ELIZABETE GUIMARÃES DO CARMO: Estamos aqui reunidos, hoje, representantes da nossa Escola, alunos da 3.ª e da 4.ª séries do Ensino Fundamental e do 3.º ano do Ensino Médio; Irmã Ana Inês Toigo, Diretora; a Irmã Lilian da Cruz, Vice-Diretora; representantes da Associação de Pais e Mestres; Zuleica Rangel, Coordenadora-Geral; Carmela Galicchio Azevedo, Orientadora Educacional; Professoras Vânia Oliveira Chiechelski, Denise Laranjeira, Elisabete do Carmo; a Professora de Música Marilene Zambom Lima e a escritora Léia Cassol, autora do livro “Um Dia Especial”, ponto de partida para o Projeto desenvolvido pela 3.ª série sobre Porto Alegre.

É com grande alegria que participamos deste momento tão especial e histórico em nossa vida e para nossa Escola, que celebra 86 anos dedicados à educação de jovens e crianças num compromisso renovado com a solidariedade.

Redobrada é a nossa alegria por estarmos hoje, nesta Casa, Casa do nosso povo, trazendo um pouquinho das nossas aprendizagens, da nossa história, da nossa participação neste momento histórico. Isso é viver a democracia. É tornar-se cidadão incluído na vida política da nossa Cidade.

A 3.ª série da Escola de Ensino Médio São Luiz realizou um projeto de trabalho chamado “Um Dia Especial”. Esse Projeto trata do estudo de Porto Alegre. Porto Alegre é uma grande Cidade, possui inúmeros cinemas, teatros, bares, monumentos, parques e um belíssimo pôr-do-sol, apreciado por turistas que a visitam, e por nosso povo que é alegre e hospitaleiro. Como não poderia deixar de ser, Mário Quintana, nosso eterno poeta, fez uma bela poesia chamada O Mapa, para falar de Porto Alegre, a nossa Cidade Sorriso.

Agora ouviremos a poesia O Mapa:

 

(É declamado o poema pelos alunos.)

 

A SRA. VÂNIA OLIVEIRA CHIECHELSKI: Nosso Projeto iniciou com a leitura do livro Um dia Especial. O livro narra a história de Fê, Beto e Bibi. Fernanda tem 9 anos e está muito triste porque a melhor amiga, a Bibi, mudou-se para outro bairro. E para piorar a situação seu novo vizinho é o Beto, um guri de 10 anos, que veio de Minas Gerais e vive fazendo perguntas. As meninas resolvem mostrar Porto Alegre para Beto, sua história, pontos turísticos, sua beleza, cada cantinho de nossa Cidade. Tivemos um encontro com Léia Cassol, a escritora do livro. Léia é do Paraná, mas mora em Porto Alegre desde 1990, adora ler, está sempre conhecendo novas obras dos mais diferentes assuntos. Léia acha nossa Cidade cheia de encantos, personagens fascinantes e cheia de mistérios. Participamos também de uma gincana sobre Porto Alegre, na presença de Léia. Através da leitura do livro, novas portas se abriram, novos conhecimentos se integraram aos conhecimentos que já tínhamos de nossa Cidade. Agora apresentaremos a música Horizontes.

 

(É feita a apresentação da música Horizontes pelos alunos.)

 

Sabemos que, nos dias atuais, vivemos momentos de insegurança, violência e miséria em nossa Cidade. Ser um cidadão consciente é muito importante para que possamos mudar essa situação.

Gostaríamos de presentear a nossa Cidade com:

 

(Jogral dos alunos.)

 

Mais empregos, mais escolas de qualidade, mais solidariedade, mais justiça, mais policiamento, locais mais limpos, mais espaços de lazer, mais segurança, melhor qualidade de vida, com bons políticos, com a preservação das nossas riquezas naturais.

Seria tão bom se pudéssemos viver aqui dias muito especiais num porto realmente alegre.

 

A SRA. MARIA ELISABETE GUIMARÃES DO CARMO: Que a nossa palavra traga a todos a certeza de que estamos trabalhando para a formação de sujeitos capazes de criar, humanizar e transformar o espaço em que vivemos, cada vez mais comprometidos com o nosso Município, com a nossa querida Porto Alegre. Esse é o grande desafio do fazer pedagógico do educador e da intenção da nossa escola: educar para a solidariedade, educar para a vida!

 

A SRA. ZULEICA ALMEIDA RANGEL: Os alunos Leandro Ávila da Silva e Maira Simões Rodrigues, do 2.º ano do Ensino Médio, neste momento, querem agradecer pela homenagem prestada à nossa Escola.

 

O SR. LEANDRO ÁVILA DA SILVA (Aluno): Em todas as instâncias da tarefa educativa na educação básica, cabe à escola a preparação para o exercício da cidadania, oportunizando ao aluno situações que favoreçam o desenvolvimento de habilidades, valores, atitudes, formas de pensar e de atuar no mundo em que vive. Assim, a aprendizagem deve se desenvolver num processo de negociação de significados, capaz de permitir ao aluno estabelecer relações entre o aspecto cognitivo e as referências pessoais, sociais e afetivas, visando a compreensão dos fenômenos complexos que permeiam a vida neste início de século.

 

A SRA. MAIRA SIMÕES RODRIGUES (Aluna): No São Luiz, temas como a Campanha da Fraternidade, a Guerra do Iraque, Limites na Adolescência e mesmo uma multifeira de trabalhos científicos, um trabalho de literatura e um projeto de estudos sobre Porto Alegre servem como fio norteador para as ações didáticas do professor e a construção dos alunos, na medida em que acontece a interação entre esses sujeitos históricos envolvidos no projeto de educação da escola.

 

O SR. LEANDRO ÁVILA DA SILVA (Aluno): Nesse sentido, é importante destacar o papel do comprometimento e da participação efetiva desses sujeitos nas diferentes situações propostas ao longo do ano letivo e que tão bem estão sendo apresentadas hoje, nesta ilustre Casa, pelos nossos colegas de 3.ª e 4.ª séries.

 

A SRA. MAIRA SIMÕES RODRIGUES (Aluna): É sempre muito gratificante para nós, alunos, podermos saborear os frutos que cultivamos juntos - irmãs, professores, pais, alunos e comunidade escolar - na esperança de alcançarmos os ideais de liberdade, cidadania, paz e justiça, essenciais para a construção de uma sociedade democrática, solidária e fraterna.

Obrigada pela homenagem que guardaremos para sempre, com muito orgulho, no nosso jovem e, neste momento, muito emocionado coração de estudante. Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): As estrelinhas da Irmã Ana Inês cantaram, sem dúvida nenhuma, o seu amor por Porto Alegre.

Nós formulamos votos de que esse amor, a cada dia, cresça, porque Porto Alegre tem todas as razões para ser amada. Se nós soubermos amar a nossa Cidade, nós amaremos o nosso Estado, nós amaremos o nosso País e sem esse amor o País não cresce, a Cidade não cresce, o Estado também não cresce. Saúde e paz!

Muito obrigado pela presença de todos, especialmente na pessoa da Irmã Ana Inês Toigo o nosso agradecimento.

Cumprimentos ao Ver. Cassiá Carpes pela iniciativa da homenagem aos 86 anos do Colégio São Luiz. E que sejam todos muito, muito felizes. Outra vez: saúde e paz! (Palmas.)

 

(O Ver. Elói Guimarães assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Solicitamos aos Srs. Vereadores e Vereadoras que retornem às suas tribunas para a continuidade da presente Sessão, posto que já homenageamos a Escola São Luiz.

Comunicamos que os Vereadores Dr. Goulart e Reginaldo Pujol estarão representando a Casa no dia de hoje; o Ver. Reginaldo Pujol, em reunião do COREDE da Região do Delta do Jacuí, às 14 horas, no campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; o Vereador Dr. Goulart, no lançamento do Programa Cuca Legal, parte integrante da Polícia Estadual de Saúde Mental e assinatura dos Convênios de capacitação com a FIPAD e de atendimento à população com a Cruz Vermelha, no Palácio Piratini.

O Ver. Luiz Braz solicita Licença para Tratamento de Saúde para o dia 23 de junho.

(Obs.: Foi apregoado Requerimento de licença do Ver. Luiz Braz e dada a posse ao Suplente, conforme consta da Ata.)

 

A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra por cedência de tempo do Ver. Renato Guimarães em Comunicações.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, inicialmente eu queria relatar que hoje estive presente na Prefeitura Municipal de Porto Alegre em um ato com a presença da Ministra Matilde Ribeiro que assinou um protocolo de luta contra a discriminação racial, numa parceria do Governo Federal com o nosso Município, onde também o Prefeito lançou publicamente a proposta de Projeto de Lei que será encaminhado a esta Casa, que visa estabelecer uma quota nos concursos públicos para os afro-descendentes. Essa é uma matéria que envolverá uma série de debates nesta Casa, mas achei extremamente importante a iniciativa, porque ela se coloca dentro de um crescimento da consciência de democratização racial que vive a sociedade brasileira, na qual esta Casa já tem dado relevantes contribuições através da construção de várias Leis que têm procurado contribuir com a garantia dos direitos das diversas etnias que formam o nosso Município.

A outra questão que gostaria de colocar nesta tribuna é comunicar que a Comissão de Educação, Cultura e Esporte está prevendo para os próximos dias duas importantes iniciativas. A primeira é uma Audiência Pública que a Comissão de Educação e Cultura fará em uma ação conjunta com o Memorial do Rio Grande do Sul intitulada: O Resgate da Praça da Alfândega. Essa Audiência Pública visa unificar a ação de vários órgãos da sociedade civil e dos Poderes Públicos para que a Praça da Alfândega seja efetivamente recolocada para o conjunto da Cidade. A Praça da Alfândega é exatamente onde estão localizadas importantes instituições culturais do nosso Município como o MARGS, o Memorial do Rio Grande do Sul, o Santander Cultural; e hoje o nível de insegurança e, inclusive, a dificuldade de acessibilidade à Praça da Alfândega têm dificultado muito o acesso da população às diversas atividades culturais que acontecem nos espaços das instituições localizadas naquela Praça. A Audiência Pública busca uma parceria da Câmara através de nossa Comissão com o Memorial do Rio Grande do Sul em que procuraremos ouvir a Brigada Militar, a Polícia Civil e uma série de instituições que circundam aquela Praça na busca de uma ação integrada para que possamos, efetivamente, andar com segurança, freqüentar a Praça da Alfândega e poder participar dos eventos culturais que ali se localizam. Esperamos que essa Audiência Pública dê início a uma série de outras reuniões onde a sociedade deve construir os caminhos de resgatar a Praça da Alfândega, diminuir o nível de violência que hoje lá acontece de venda de drogas, de prostituição e de outras mazelas sociais que acontecem todos os dias à luz do sol, mas fundamentalmente ao cair da noite, exatamente quando as trabalhadoras e os trabalhadores têm mais condições de poder usufruir de um lazer que hoje está prejudicado, considerando as condições da Praça da Alfândega.

A outra questão é referente a uma Audiência Pública que estamos fazendo com o apoio do Ministério Público Estadual, na sua sede, referente às apresentações estereotipadas referente às mulheres na mídia brasileira. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra por cessão de tempo do Ver. Sebastião Melo em Comunicações.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr.ª Presidenta, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, inicialmente quero cumprimentar o Ver. Cassiá Carpes pela homenagem prestada há instantes à Escola de Ensino Médio São Luiz, que tocou a todos nós. Eu quero aproveitar este espaço de Comunicações cedido pelo Ver. Sebastião Melo, para falar sobre um Projeto de Lei que protocolei nesta Casa, que dispõe sobre o Programa de Prevenção e Controle do Diabetes nas Crianças e Adolescentes matriculados nas creches e demais estabelecimentos da rede municipal de ensino. Nele, o art. 1.º fala: “O Programa Municipal de Prevenção e Controle do Diabetes nas Crianças e Adolescentes matriculados nas creches e demais estabelecimentos da rede municipal de ensino de Porto Alegre, através de diagnóstico precoce do diabetes, tem por objetivos, primeiro: efetuar pesquisas, visando ao diagnóstico precoce do diabetes em crianças e adolescentes matriculados em creches ou estabelecimentos de ensino pertencentes à rede pública municipal; segundo: detectar a doença ou a possibilidade de a mesma vir a ocorrer em crianças e adolescentes matriculados em creches e escolas da rede municipal de ensino; terceiro: evitar ou diminuir as inúmeras e graves complicações decorrentes do desconhecimento do fato de ser portador da doença e portanto não adotar os procedimentos e tratamentos adequados; art. 2.º: visando à concretização dos objetivos do presente Programa, serão adotadas as seguintes ações: 1.º - quanto às creches e demais estabelecimentos da rede municipal, inclusive aqueles mantidos por entidades filantrópicas, mas que recebem verbas do Município: a identificação, cadastro e acompanhamento de crianças e adolescentes portadores de diabetes; a conscientização de pacientes, pais, alunos, professores e outras pessoas que desenvolvam atividades junto às creches e escolas municipais; o fornecimento aos portadores de diabetes de alimentação adequada às suas necessidades especiais; oportunizar aos portadores de diabetes a prática diária de exercícios físicos adequados às suas necessidades.

Estima-se que em nosso meio sete de cada cem mil crianças tornam-se diabéticas a cada ano. Essas são, principalmente, crianças em idade escolar e adolescentes, entretanto, até mesmo lactentes e crianças pequenas podem tornar-se diabéticos do tipo 1.

Então, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, com base na Lei n.º 8.642, de proteção à saúde e segurança à criança e ao adolescente, no art. 24 do Decreto n.º 99.710, estabelecendo que os Estados reconhecem o direito da criança de gozar do melhor padrão possível, e dos serviços destinados ao tratamento das doenças e à recuperação da saúde; e, ainda, que os estados-partes adotarão todas as medidas eficazes e adequadas para abolir práticas tradicionais que serão prejudiciais à saúde da criança.

Isso é um Projeto que está tramitando na Casa e que em breve entrará em discussão e eu gostaria da atenção de todos os Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras desta Casa.

Eu sei que os assuntos pertinentes ao Município de Porto Alegre é que precisam ter a prioridade de todos os Vereadores no uso desta tribuna, mas é preciso, às vezes, cutucar aqueles que de uma hora para outra mudaram seus discursos e vem assustando aqueles que elegeram um novo modelo de Governo. O Presidente Lula chegou à Presidência com um recorde de votos numa manifestação popular que me encantou. Aqui mesmo, desta tribuna, falei do meu desejo de que tudo aquilo fosse transformado em bem-estar para o povo brasileiro, mas sou daqueles que não acreditam em milagres. Lula faz um discurso absolutamente igual ao de Fernando Henrique Cardoso; tudo absolutamente igual, e agora, na sua viagem aos Estados Unidos, escancarou a submissão ao concordar que a ALCA, tão combatida pelo PT, seja implantada a partir de 2005. Lula vai a Buenos Aires e fala que o Mercosul é a nossa prioridade. Lula vai aos Estados Unidos e concorda com o Bush quanto à implantação da ALCA.

O ex-Presidente, Fernando Henrique Cardoso, está falando que Lula está equivocado na política de juros que o País exercita. Ou seja, Fernando Henrique fazia errado, critica o novo, que faz igual a ele, e o povo fica com esse amargo na boca, de que todos são iguais quando governo, e que os Estados Unidos vão continuar dando as cartas e jogando de mão na política econômica brasileira. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra por cedência de tempo do Ver. Valdir Caetano em Comunicações.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje, dia 23 de junho, comemora 11 anos de existência a AGAFAPE – Associação Gaúcha dos Familiares de Pacientes Esquizofrênicos. Fazemos esse registro, porque a esquizofrenia foi citada, inclusive no último sábado no jornal Zero Hora, no Caderno de Saúde, que se referiu ao conteúdo dessa doença, informando, inclusive, que os remédios são muito caros, eis que cada caixa custa 130 reais, e os pacientes de esquizofrenia têm de tomar quatro caixas por mês. Realmente há necessidade de o Estado, o Município e entidades ligadas à saúde deterem-se nessa problemática. Mas o principal sobre o que eu queria me referir é uma preocupação dessa Associação, a AGAFAPE – Associação Gaúcha dos Familiares de Pacientes Esquizofrênicos. Esses pacientes estão para perder o passe gratuito que detêm no transporte coletivo desta Cidade.

Então, eu quero me referir ao Projeto, em boa hora apresentado, nesta Casa, pelo nobre Ver. Ervino Besson, que diminui os tais de passes livres, nesta Cidade, de doze para seis, transferindo o benefício a crianças carentes. Esses passes livres, na maioria das vezes, só servem para lotar os shopping com objetivo recreacionista. Tudo bem, mas há coisas mais importantes a fazer com o passe livre, que todos nós pagamos. Se, por exemplo, aumentarmos as isenções, é evidente que o resto da população irá pagar mais caro pelo transporte. O Projeto do Ver. Ervino Besson é inteligente, porque há uma compensação, ou seja, diminui os domingos de passe livre - evidentemente, deve-se deixar o da eleição, da vacinação e de outros que são importantes - e prevê que vá para a criança carente, que não pode ir à escola por falta de ficha de pagamento, por não ter o dinheiro para pagar o ônibus. Sobre a evasão escolar, houve uma reportagem no jornal Zero Hora, de uma queixa, inclusive de Conselhos Tutelares da Zona Sul, em relação a isso.

Nós vamos, então, apresentar uma Emenda ao seu Projeto, Ver. Ervino Besson, que é bom, no sentido de que o dinheiro disponível pela diminuição do passe livre, beneficie também os pacientes esquizofrênicos. Nós temos que equilibrar, nesta Cidade, quem anda de ônibus gratuitamente e o passe livre, que abrange 12 vezes ao ano, colocando o benefício – e o Ver. Ervino Besson está certo colocando a criança carente – para outros setores que realmente precisam, como os pacientes esquizofrênicos, que desestruturam as famílias. Essa doença só aparece nas meninas em torno de 24, 25 anos e nos meninos em torno de 18, 20 anos. Por isso, há necessidade de que eles continuem a ter o passe livre e possam andar gratuitamente nos ônibus, porque iremos ajudar muitas famílias.

 

O Sr. Wilton Araújo: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nereu D’Avila, me somo à preocupação de V. Ex.ª. Participei, junto com V. Ex.ª, de um seminário, onde, pelo menos eu aprendi bastante sobre os pacientes de esquizofrenia. Portanto, me somo à preocupação de V. Ex.ª. Não há como deixar que esse tipo de paciente, e esse tipo de paciente carente, deixe de receber o passe livre, enfim, os seus benefícios, dadas a carência e a constância de uma doença que está, todo o dia, a atormentar ele e a sua família. Então, me somo ao pronunciamento de V. Ex.ª.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Obrigado, Vereador. Encerro, agradecendo ao Ver. Elói Guimarães pelos segundos que ultrapassei. Sem dúvida, a causa é justa, e o tempo não foi perdido. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Wilton Araújo está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, num primeiro momento, desta tribuna, queria agradecer à Mesa da Casa que me passou a incumbência e o ônus de representá-la na Audiência Pública que se realiza, ainda no seu final, na Assembléia Legislativa, com a presença da Ministra Matilde Ribeiro, Ministra das Desigualdades, ou das Igualdades Étnicas. É um Ministério novo; por isso, dificilmente, todos nós sabemos realmente a extensão e do que o Ministério estará a dispor. Mas, num primeiro momento, a Ministra é bem-vinda a esta Cidade. Nessa Audiência Pública, ela reuniu todo o Movimento Negro do Rio Grande do Sul e, certamente, faz com que a Câmara Municipal comece a se integrar também e dar vivas à criação desse Ministério ou Secretaria Especial – são tantos os Ministérios! -; é Secretaria Especial o nome correto e a atividade correta, embora se dê status de Ministro, ou Ministra, aos Secretários. Essa Secretaria chega em boa hora para a implementação de programas e projetos objetivos, para colocar em prática tudo aquilo que, há tanto tempo, tantos movimentos e tantas pessoas do Estado do Rio Grande do Sul estão a querer: coisas que, hoje, já estão com projetos acabados, prontos, feitos, pesquisas feitas. Hoje, à noite, inclusive, estaremos juntos com a Ministra num jantar que a Sociedade Floresta Aurora - mais do que centenária, tem 130 anos – irá oferecer.

É o dia, também, em que o Sr. Prefeito anuncia a assinatura de Projeto de Lei, que chega à Casa dentro de algum tempo - espero que rapidamente -, que destina quotas para negros nos concursos públicos do Município de Porto Alegre, no seu Executivo. É uma discussão antiga e nacionalmente feita. No Rio de Janeiro, já foram colocadas quotas para a Universidade de lá. Houve um questionamento na Justiça e parece que, num primeiro ou segundo momento, o Governo do Estado do Rio Janeiro, por notícia que tivemos, andou perdendo essa ação, mas é claro que vai recorrer às outras instâncias do Poder Judiciário para ver valer a vontade do seu Executivo. Aqui em Porto Alegre, o Prefeito envia a esta Casa Projeto de Lei que estabelece quotas de 10% para concurso público, conforme o anunciado, dado que o Projeto ainda não chegou. É um assunto bastante polêmico, realmente, pois traz a questão das igualdades, traz a discussão da real igualdade, se há igualdade entre os desiguais. Essa é a discussão que se vai travar daqui para a frente, fruto do Projeto de Lei que o Executivo manda à Casa. Queria deixar bem claro, neste primeiro dia, no dia do anúncio da assinatura do Projeto do Prefeito Municipal, antes de conhecer o conteúdo formal, de como está sendo escrito esse Projeto, a posição deste Vereador, e certamente da Bancada do PPS, porque já temos discussão sobre esse assunto. A Bancada do PPS é favorável às cotas no País, porque achamos que, embora seja algo que historicamente pode ser antigo, antiquado, vão dizer alguns, mas para a realidade brasileira não; realidade brasileira é de que é necessário que tenhamos ainda, pela discriminação, pelo tipo de sofrimento, o resgate social de tudo aquilo que o povo negro passou e está passando ainda. Então, a nossa posição em nível nacional é favorável ao sistema de cotas. É claro, vamos nos reservar a ler o Projeto, talvez melhorá-lo, ampliá-lo, enfim, fazer as alterações necessárias. Mas a posição do PPS é favorável. Obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Zé Valdir está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Vereadoras, a atual política de segurança do atual Governo do Estado tem-nos apresentado dois elementos norteadores, que eu observei nesses cinco meses de Governo. O primeiro é uma redução do policiamento ostensivo na periferia, priorizando as áreas centrais, os bairros mais aquinhoados da Cidade. O segundo é uma orientação da ação policial pela diretriz do “primeiro atira, pergunta depois”. Eu tenho observado isso, e a pergunta que fica é se isso tem dado resultado. O que nós vemos, empiricamente, é que isso não tem dado resultado; muitas vezes essa ação policial beira ao extermínio, e o crime e a violência urbana têm aumentado no Estado e na nossa Cidade. Basta nós vermos situações como o seqüestro do filho do Prefeito; agora, a tentativa de assalto ao Vice-Governador; nós nunca tínhamos visto o que vimos na Vila Brasília, que foi o toque de recolher dado pelas gangues que existem ali. Nunca tínhamos visto isso. Então, empiricamente, nós constatávamos que essas medidas, as novas medidas tão anunciadas não tinham surtido efeitos. Mas agora há um detalhe: agora está comprovado pelo resultado da pesquisa da própria Secretaria. Porque os resultados da pesquisa da Secretaria, apresentados nos jornais na semana passada, que não tiveram a repercussão que deveria ter naquele órgão que sempre “tematizou” essa questão da Segurança. Apresenta que, se de um lado o homicídio vem decaindo - que já era uma tendência no antigo Governo, e outros crimes -, o furto e o roubo de veículos vem aumentando, abigeato aumentou 15%; o latrocínio 22,6%, e o assaltou a posto bancário aumento 100%. Então, as pesquisas estão mostrando que essa política não está fazendo o que prometeu. Aí nós vamos pegar um outro ponto, que é o seguinte: aquele setor da mídia, e eu vou dar nome aos “bois”, sempre gosto de dar nome aos “bois”: RBS, Rádio Gaúcha, TV Gaúcha, Zero Hora, todos os veículos dessa Empresa, por que eu cito essa Empresa? Porque foi quem mais “tematizou” a questão da violência como um resultado de um equívoco de política do Governo do Estado. A RBS agora está realmente publicando as notícia, só que é muito interessante como ela está fazendo essa publicação das notícias do crime. Em primeiro lugar, agora viraram objetivos: eles dão a notícia nua, seca, sem comentário. As manchetes estão aos poucos saindo, e é só comparar, estão saindo das páginas iniciais; não existem mais editoriais sobre segurança e estão migrando, na geografia interna do jornal, lá para página policial, para a seção policial. E aqueles colunistas que foram os grandes alarmistas do caos no Governo de Olívio Dutra, incendiaram, agora dão uma de bombeiros, ninguém está falando mais nada. A notícia agora passou a ser objetiva, quer dizer, eles publicam a notícia e não comentam mais. A ponto de, no dia 19, no Jornal do Almoço, Lasier Martins comentava sobre a morte dos soldados e dizia, justificando a morte dos soldados da Polícia, que é uma profissão de risco. Fez esse pequeno comentário, mudou de assunto e foi para o seu assunto preferido que é o de “bater nos sem-terras”. Então não se comenta mais. Os veículos que tradicionalmente “tematizavam”, não fazem mais. E o Governo agora contrata a CEPA/UFRGS, não o IBOPE, a CEPA/URFGRS, para fazer uma pesquisa de “vitimologia” - pesquisar como é que as pessoas se sentem. Ninguém é débil mental para não perceber qual é a jogada. Primeiro, esses veículos que mais bateram a mãe no jogo, agora aliviam, não criticam mais, não estabelecem mais uma relação de causa e efeito entre violência, aumento da criminalidade com política de governo. E depois uma pesquisa “vem por cima” e colhe os resultados: que a população está satisfeita. Esse é o ardil.

Sr. Presidente, a causa é justa e será o tempo bem aproveitado. Peço alguns minutinhos para terminar. Então, esse é o ardil que está colocado, mais uma pesquisa, mais um caso IBOPE. Só que a população não é burra e nem todos os veículos de comunicação agem dessa forma. Felizmente nós temos uma população esclarecida e nós temos veículos e comunicadores sérios. E isso não vai passar dessa forma. Esse esquema de fazer com que a realidade agora seja negada, dar uma outra versão, dar uma versão para uma realidade cada vez mais violenta, cada vez mais brutal, como se nós estivéssemos agora num período de calmaria, não passará. Não passará! Porque é preciso dizer em alto e bom som e perguntar: Governador Rigotto, RBS, Zero Hora e seus veículos, cadê a segurança, cadê a segurança?! Os dados estão mostrando que a situação está piorando, só que o que está mudando é a versão sobre a realidade. Isso está mudando, mas não a realidade.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, inicialmente, gostaria de falar a respeito de um Projeto em parceria com o Governo Federal, Governo Estadual e Secretaria Municipal da Saúde sobre o Planejamento Familiar.

Sabemos que poucos são os hospitais ou clínicas que disponibilizam os procedimentos de laqueadura ou de vasectomia para as famílias que não podem mais ter filhos por problemas de saúde. Nós sabemos que muitas famílias gostariam de ter filhos e que outras tantas não podem tê-los por problemas de saúde. E esta parceria entre os Governos Federal, Estadual e Municipal estará possibilitando que mais hospitais sejam credenciados para que aquele cidadão ou cidadã que tiver mais de 25 anos de idade e mais de dois filhos possam optar pela laqueadura ou pela vasectomia.

É importante salientar que são milhares e milhares de pessoas que não têm condições de fazer este procedimento e têm a infelicidade de perdê-los.

Quero parabenizar pela parceria, porque tenho certeza de que agora, com novos procedimentos, novos hospitais, o Hospital de Clínicas e o Hospital Presidente Vargas, que passam a fazer esses procedimentos, darão a possibilidade ao cidadão e à cidadã de poder viabilizar. Aproveito para divulgar o telefone: 0800 6440803. É importante, porque as pessoas poderão manter contato, principalmente as que são do Interior, que devem procurar a sua Secretaria de Saúde, e as pessoas de Porto Alegre devem procurar o seu posto de saúde e dizer que pretendem se inscrever no Projeto do Planejamento Familiar. Serão encaminhadas e será, então, agendado aquilo que tanto esperam.

Outro assunto que me leva a dar um recado, e, a ao mesmo tempo, um retorno aos cidadãos de Porto Alegre, é que existem dois Projetos de Lei que estão na Ordem do Dia para ser votados, que são sobre as Feiras-Modelos de Porto Alegre, este Vereador é autor do Projeto que regulamentou a Feira da José Bonifácio, a da Usina do Gasômetro e agora têm dois Projetos aqui, um se refere à criação da Feira de Artesanato do Parque Saint-Hilaire e outro que cria espaços para o artesão nas 25 Feiras-Modelos de Porto Alegre. Nós entendemos que estes dois Projetos vão também possibilitar que todos esses artesãos que estão aguardando uma oportunidade de poder sustentar suas famílias e, ao mesmo tempo, nós, repondo projeto de geração de emprego e renda, possam ser contemplados com mais espaço para viabilizar a sua arte, expondo a sua arte e podendo sustentar a sua família.

Hoje é o último dia de discussão da LDO, e este Vereador, Presidente da CEFOR, estará já divulgando o novo Relator da LDO. Amanhã, a Comissão de Finanças, Orçamento e do Mercosul estará comunicando, internamente, que o novo Relator da LDO será o nobre Ver. Carlos Alberto Garcia. Entendemos que, com o Ver. Carlos Alberto Garcia, pela sua experiência e pela relação positiva com os Vereadores, possa, nesse processo de encaminhamento de emendas, também, nesse período longo que temos, até outubro, possa a CEFOR receber essas emendas propostas pela LDO, e também nós, em conjunto com os membros da CEFOR, possamos fazer a votação interna e, depois, vir para o Plenário.

Temos a certeza de que o Ver. Carlos Alberto Garcia, com os demais Vereadores da CEFOR, irão trabalhar com muito afinco e com muita dedicação a esse Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Encerrado o período de Comunicações.

Nós registramos a presença de Sua Excelência o Sr. Secretário de Administração, Sr. Eliezer Pacheco, que, em nome de Sua Excelência o Sr. Prefeito, traz à Câmara um Projeto de Lei. É com muita honra que o recebemos e também a nossa Deputada Federal Maria do Rosário, que honra mais uma vez esta Casa com sua presença. Para nós ela vai ser sempre a Ver.ª Maria do Rosário, e, para mim, vai ser a minha tia mesmo.

Deputada Maria do Rosário, eu disse que V. Ex.ª é Vereadora, mas nós gostaríamos de vê-la na Mesa.

O Secretário Eliezer Pacheco está com a palavra e pode dizer melhor do Projeto que é trazido a esta Casa.

 

O SR. ELIEZER PACHECO: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, demais membros desta Casa, senhoras e senhores, hoje, pela manhã, lá no Auditório da Secretaria Municipal de Administração, com a presença da Ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, um ministério novo, criado há 3 meses pelo Presidente Lula, foi assinada uma proposta de Projeto de Lei, que nós estamos protocolando na Casa no dia de hoje, simbolicamente, entregando ao Presidente João Antonio Dib, e que estabelece cotas de 10%, pelo menos, nos concursos públicos municipais para afrodescendentes.

Recente pesquisa, publicada pelo IBGE há cerca de menos de 20 dias sobre os indicadores sociais, apenas confirma a brutalidade da segregação e da desigualdade imposta aos afrodescendentes em nosso País.

Os afrodescendentes recebem, em média, em nosso País, 50% do salário que os brancos recebem para a mesma função, com a mesma qualificação. Embora nós todos conheçamos e seja bastante debatida também a segregação de gênero, sabidamente, as mulheres recebem menos que os homens em nossa terra, a segregação racial é mais forte do que a de gênero, porque os negros recebem 20% menos que as mulheres brancas para a mesma função.

Mas, mesmo que não tivéssemos as pesquisas, Sr. Presidente, bastaria nós olharmos para os lados e vermos, por exemplo, quantos Vereadores negros nós temos, quantos juízes negros, quantos generais negros, quantos membros do Supremo Tribunal negros, e veremos que, apesar de os afrodescendentes representarem mais de 40% da nossa população, a segregação se impõe na prática e os impede de ascender socialmente. Há poucos dias, o Ministro Cristóvão Buarque deu uma declaração na televisão, que eu achei muito interessante, quando disse: “Quando nós falamos em quotas para negros na universidade,” – ele disse isso com muita franqueza – “nós não estamos falando em colocar negros do povo na universidade, porque esse não chega à universidade, a não ser pela exceção. Nós estamos falando em mudar a cara da elite brasileira, que é uma elite essencialmente branca, num País formado, em grande parte, por negros. Porque, diferentemente de outros países, como os próprios Estados Unidos, em que, com a abolição, se criaram políticas de ascensão e integração social, e hoje nós percebemos pelos meios de comunicação que há até uma burguesia negra nos Estados Unidos, generais negros, estadistas negros, e os Estados Unidos são um País onde, há até pouco tempo, vigorava o apartheid de cor nos estados do Sul, o nosso País está numa situação aquém dessa alcançada por outros e pelos Estados Unidos. Então, esse Projeto que estabelece quotas de 10% para afrodescendentes nos concursos públicos está longe de resgatar a dívida social e histórica que a Nação brasileira tem para com os afrodescendentes, mas, minimamente, coloco esta questão em pauta e, fundamentalmente, pauta o debate, porque nós temos clareza que essa é uma questão polêmica, e entendemos que é necessário que a polêmica se estabeleça para que se discuta a situação dos afrodescendentes do nosso País, e que a segregação não seja naturalizada, porque isso é o pior do nosso País, as pessoas não se dão conta dela, as pessoas não comentam, não se indignam com ela. Entendemos que esse Projeto tem esse mérito, e, como nós temos vários concursos previstos para o segundo semestre, como o concurso para o Magistério, para procuradores, para médicos, gostaríamos muito que, até por um acordo, quem sabe, das forças políticas presentes nesta Casa, esse Projeto pudesse ser votado a tempo, e que, nos próximos editais, que deverão sair no final de julho, começo de agosto, já pudéssemos contemplar a quota para afrodescendentes.

Sr. Presidente, é com muita satisfação e com muita honra que lhe encaminho este Projeto, com a nossa expectativa de que ele possa ter boa acolhida nesta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Sr. Secretário, a Mesa recebe, com muita satisfação, o Projeto de Lei de S. Ex.ª o Sr. Prefeito Municipal, que dispõe sobre a reserva de vagas para afrodescendentes em concursos públicos para provimento de cargos efetivos e dá outras providências. Pode V. Ex.ª ter absoluta convicção de que a Casa estudará com o carinho que o Projeto merece e na brevidade que for possível. Lastimavelmente, no mês de julho, nós teremos o recesso, mas, a partir de agosto, talvez já haja corrido um dia de Pauta, e nós possamos dar seqüência e fazer com que, com brevidade, se tenha um resultado.

Peço que a Ver.ª Clênia Maranhão, em nome da Casa, agradeça pela presença de V. Ex.ª, que vale dizer, a presença do Prefeito e também da nossa Deputada Maria do Rosário.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, prezado Sr. Eliezer Pacheco, Secretário da Administração, hoje tive a oportunidade de estar presente no ato em que a Prefeitura apresentou à sociedade o Projeto de Lei que determina a quota dos concursos públicos do Município e achei muito importante a presença de diversas entidades de afrodescendentes da nossa Cidade, e, inclusive, ato que contava com a presença da Ministra Matilde Ribeiro. A presença das entidades de afrodescendentes, que têm uma história de defesa dos negros do nosso Município, é, para nós, Vereadores desta Casa, um indicativo da sintonia de interesses entre a proposta trazida a esta Casa e a luta dos movimentos negros da nossa Cidade.

Quero lembrar ainda que essa questão das quotas, que é uma das questões polêmicas, entre tantas outras políticas públicas afirmativas hoje em andamento, é uma proposta, sugestão do próprio Congresso Mundial da ONU, acontecido em Durban, Conferência essa que esta Casa teve oportunidade de participar, através da minha representação, e que, no documento final das resoluções finais daquela Conferência, se apontava o mecanismo das quotas como um dos instrumentos necessários à luta para diminuir os caminhos da desigualdade e para se avançar na conquista da democracia racial em todos os países. Essa proposta aprofunda, acrescenta mais um passo em várias legislações que esta Casa já teve a oportunidade de aprovar, propiciará um grande debate, um importante debate sobre um dos temas fundamentais da sociedade brasileira, que é a questão da democracia e as questões dos direitos e etnias.

E eu fico muito honrada de poder representar esta Casa, neste momento, falando da importância de um Projeto que trata dos interesses da maioria da população brasileira, que é a população negra. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Muito obrigado, Ver.ª Clênia Maranhão. Ao mesmo tempo que nós agradecemos pela presença de S. Ex.ª Dr. Eliezer Pacheco, Secretário da Administração, representante do Prefeito Municipal, e da nossa Deputada Federal Maria do Rosário, registramos a presença das seguintes entidades: a UNEGRO, a Angola Janga, a Assessoria de Políticas Públicas para o Povo Negro; a CPM/ASSKIMODAS, o Centro Ecumênico da Cultura Negra; o Conselho Reformista de Políticas Negras do PSDB; Satélite Prontidão; Líder da Bancada do PT de Gravataí/RS; a Associação Remanescentes de Quilombos do Barro Vermelho de Gravataí; a Central de Movimentos Populares; a Secretaria da Cultura; o Presidente do Instituto África-América; a Grio-Fean-Conen e o Movimento Negro Unificado. A todos o nosso muito obrigado e a certeza de que a Câmara estudará com a pressa e o carinho necessários o Projeto agora encaminhado pelo Sr. Prefeito Municipal. (Palmas.)

Vamos apregoar algumas Emendas ao PLE n.º 020/03:

Emenda n.º 33, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias para 2004, e dá outras providências. (Lê.) ” III Anexo de prioridades e metas. VII – Intervenções Urbanas – a) Saneamento - inclui a seguinte meta: recuperar, promovendo a limpeza, higienização e rembelezamento do valão localizado no Parque Mascarenhas de Moraes, viabilizando a sua canalização.”

Emenda n.º 34, de autoria do Ver. Ervino Besson. (Lê.) ”Acrescenta parágrafo único no art. 14 do PLE n.º 020/03: ‘a avaliação dos resultados dos programas de Governo será apresentada em audiência pública, nos termos do § 4º do art. 9º da Lei Complementar 101/00.’”

Emenda n.º 35, de autoria do Ver. Ervino Besson. (Lê.) “Modifica item no Anexo de Prioridades e Metas, no segmento dos transportes do PLE n.º 020/03: onde se lê: ‘Ampliar a implantação nos terminais de ônibus e pontos de parada, mapas indicativos dos percursos e das linhas atendidas’, leia-se: ‘Ampliar a implantação nos terminais de ônibus e pontos de parada, mapas indicativos dos percursos, dos horários e das linhas atendidas.’”

Emenda n.º 36, de autoria do Ver. Ervino Besson. (Lê.) “Acrescenta item no Anexo de Prioridades e Metas, no segmento dos transportes e circulação urbana do PLE n.º 020/03: ampliar a sinalização das ruas e avenidas, no sentido de indicar as rotas para atingir os principais pontos da cidade.”

Emenda n.º 37, de autoria do Ver. Ervino Besson. (Lê.) “Acrescenta item no Anexo de Prioridades e Metas, no segmento educação do PLE n.º 020/03: realizar parceria com o Governo do Estado, visando a realização de atos que permitam a limpeza das escolas públicas estaduais situadas no município de Porto Alegre.”

Passamos à

 

PAUTA ESPECIAL

 

DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(até 06 oradores/10 minutos/com aparte)

 

6.ª SESSÃO

 

PROC. 2717/03 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 020/03, que dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias para 2004 e dá outras providências. Com Emendas n.os 01 a 30.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias, também pela TVCâmara, quero saudar a todos. Quero saudar, também, neste momento, as presenças do Secretário da Administração, Sr. Eliezer Pacheco, e também a Deputada Federal Maria do Rosário. Nossos cumprimentos.

Hoje é o último dia da Pauta Especial da LDO - Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Nos últimos dias, temos acompanhado alguns movimentos, na área da educação, na cidade de Porto Alegre.

Na semana passada, os Conselheiros Tutelares da Região Sul da cidade de Porto Alegre fizeram um movimento na Av. Cavalhada esquina com Av. Otto Niemayer. Vários alunos de colégios da redondeza, como por exemplo, o Colégio da Sociedade Pobre Servo da Divina Providência, João Calábria, na Rua Aracaju, participaram do movimento.

Nós também estivemos lá acompanhando o movimento e ouvimos dos Conselheiros, preocupados, que diversos pais reclamam que os filhos não freqüentam a sala de aula porque não têm dinheiro para a passagem.

Nós sabemos que a passagem escolar custa 50% do valor, mas, tristemente, lamentavelmente, há alunos que não têm esse valor para freqüentar a sala de aula.

Nós entramos, nesta Casa, Vereadores, Vereadoras, pessoas que nos assistem pela TVCâmara, com um Projeto de Lei para que abríssemos uma discussão com as entidades, com a comunidade para que os dias que temos passe livre na cidade de Porto Alegre - são doze fins de semana durante o ano, portanto, uma vez por mês -,... O Projeto pretende retirar seis desses fins de semana e canalizar os recursos para as crianças, para as famílias pobres que não têm dinheiro para freqüentar as salas de aula.

Para surpresa deste Vereador, Ver.ª Clênia Maranhão, na última sexta-feira, foi um assunto do programa Polêmica. Estavam presentes este Vereador, o Ver. Luiz Braz, o Dr. Pícoli e o Dr. Túlio. Depois de ouvir as colocações do Dr. Pícoli e do Dr. Túlio, até de uma forma simpática ao Projeto e ouvindo, também, opiniões das pessoas que ligavam para o programa, mais ainda, hoje, estou convencido de que este Projeto é muito válido, vai ao encontro daquilo que as pessoas pobres necessitam para que os seus filhos freqüentem as salas de aula.

Depois, no decorrer do programa, a população, que acompanhou o programa Polêmica, entendeu o Projeto. Foram 537 ligações.

No início, a proposta deste Vereador estava, conforme a pesquisa de opinião, 42% a 58% contrários ao Projeto, mas, quando a população começou a entender a finalidade do Projeto, o quadro se reverteu. No final, foram 537 ligações, 57% foram favoráveis ao Projeto, porque as pessoas entenderam que são transferências de recursos. E mais, hoje eu estou convencido, meus colegas Vereadores, de que temos de aprofundar mais esta discussão, inclusive na sua totalidade dos fins de semana, quando o transporte é gratuito. É o momento certo de nós aprofundarmos esta discussão.

Agora que nós estamos discutindo a LDO, não temos dúvida que é um Projeto oportuno para que a Casa do Povo, para que os 33 Vereadores e Vereadoras consultem as suas comunidades. Uma pergunta que deixo agora aqui no ar: para uma família, como muitas que me procuraram, que tem vários filhos, que não têm condições de freqüentar as suas salas de aula, é preferível ter um dia durante o mês o transporte gratuito ou ter condições de seus filhos freqüentarem as salas de aula? Fica aqui essa pergunta para o telespectador do Canal 16. Algumas pessoas têm-me questionado, dizendo que o passe livre é uma forma de a pessoa pobre, de o trabalhador ter pelo menos um dia do transporte gratuito para visitar as praças e comunidades. Eu concordo que essas pessoas têm esse direito, mas os trabalhadores também são pessoas pobres, são pessoas que necessitam, talvez, muito mais do que ter esse passe livre, ter essa passagem gratuita para que seus filhos freqüentem as salas de aula, para que não fiquem perambulando durante o dia, porque a evasão escolar, até para a surpresa deste Vereador, está além da expectativa. Eu sinceramente pensei que não tínhamos tanta evasão escolar como está acontecendo na nossa Cidade, mas essa questão superou tristemente a expectativa deste Vereador. A evasão escolar por parte de alunos que não têm condições de freqüentar as salas de aula é muito grande. Alguém também questionou como é que vamos retirar o passe livre no dia da vacinação. Eu consultei várias pessoas e fiquei sabendo que, normalmente, as comunidades têm ali um local de vacinação, e a pessoa não necessita usar o transporte coletivo; também há o dia das eleições, vamos ver o que é melhor. O que nós queremos para esta Porto Alegre? Uma Cidade melhor, uma qualidade de vida melhor para todos? Acho que todos nós pensamos e queremos isso; portanto, para que isso aconteça, meu caro Presidente, sim, nós temos que dar oportunidade e condições para que esses nossos jovens não fiquem na rua perambulando, e, sim, freqüentem suas salas de aula. É isso que nós queremos, é essa a intenção do Projeto.

Para encerrar, Sr. Presidente, nobres colegas Vereadores, vamos analisar este Projeto com profundidade e com a responsabilidade que temos como representantes da nossa Cidade, da nossa Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Apregoamos a Emenda n.º 13 ao PLE n.º 079/02. (Lê.) “Regulamenta os §§ 3.º e 4.º do art. 76 da Lei Complementar n.º 434/99, dispondo sobre a parceria da Administração Municipal com os empreendedores considerados urbanizadores sociais.

Inclui no § 2.º do art. 3.º do PLE n.º 079/02, após as palavras, desde que, a seguinte expressão:

‘Tenha responsável técnico registrado no CREA, e ...ficando assim escrito’.

Art. 3.º

§ 1.º...

§ 2.º...As cooperativas habitacionais autogestionárias cadastradas pelo DEMHAB serão equiparadas a urbanizadores sociais para todos os efeitos, desde que tenham responsável técnico registrado no CREA e, comprovadamente, produzam habitação de interesse social e que a gleba objeto de projeto de parcelamento do solo tenha situação dominial regular. Ver. Cassiá Carpes.”

O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, há cerca de seis meses eu estudo, tanto quanto é possível - sendo um dos trinta e três Vereadores desta Câmara abarrotada de trabalho, de assuntos - o problema do PT. O PT está no Governo, tem o “mancho” nas mãos - explico, “mancho” é aquele objeto, aquele instrumento que dirige um avião -, e o PT modificou-se ou não? Esta Carta que o PT dirigiu e que data de 22 de junho de 2002 teve influência nesse PT que está aí, na nossa cara, ou não? Pois bem, a pergunta está no ar, o PT modificou-se? O PT não pode ser ao mesmo tempo governo, situação, e não pode ser oposição! Mas o PT o é! Os radicais do PT nunca discordaram do Partido como discordam agora. As opiniões deles abarrotam os jornais. Com quem está a razão? Com o PT antigo ou com o PT depois da Carta de 2002? Mudou teses, defesas que caracterizaram a história política do Partido, desde a fundação, em 1981. Eu estava perto do Gen. Golbery do Couto e Silva, meu querido amigo! Com ele conversei: “Mas, general, o senhor sabe o que está fazendo?” Não podia entrar em conversas mais íntimas. Mas ele me respondeu: “Sei o que estou fazendo, sim. O nosso adversário é o Brizola.” Pois bem, o Presidente do Partido, José Genoíno, diz: ”Não temos mais a idéia de fazer a revolução.” O que quer dizer que eles já tiveram a idéia de fazer revolução! A frase está nos jornais. “Não temos mais a idéia de fazer a revolução.” Já tiveram; não têm mais. O que se passou com o PT?

Hoje, passados seis meses de Governo, o Presidente Lula proclama que até agora o Governo estava parado e, por coincidência, eu fiz um pronunciamento aqui - se não me engano, na quarta-feira -, e ele agora substitui, como eu queria – não tenho absolutamente a veleidade, a ignorância até de pensar que tenha tido alguma influência em Brasília -, o “Fome Zero” pelo “Emprego Agora”. Mas é claro! Nós temos 54 milhões de pessoas... E a informática se deparou repentinamente com a verdade de que eles não sabem fazer nada! Cinqüenta e quatro milhões de brasileiros! Tapar a boca dessas pessoas com comida, a duras penas, não adianta! Temos de arranjar empregos para eles.

Qual é o verdadeiro PT? Não podemos ter um PT no Governo e outro na oposição. Não podemos ter! Até o Ver. Renato Guimarães concorda com isso. Lula admite que, para criar crescimento e desenvolvimento, a economia precisa se apoiar num tripé. E que tripé é esse? Superávit primário: vai reduzir a dívida pública; metas inflacionárias; câmbio flutuante. É exatamente a teoria de Palocci, Palocci quer isso, e não posso dizer que esteja errado. Mas o que está repetindo Lula? Lula está repetindo exatamente o diagnóstico e a receita de Fernando Henrique Cardoso: recomenda a coalizão. Sim, tiraram o Meirelles de onde? Dizem, até, que foi influenciado, que foi opinião do FMI, ou dos americanos. A situação é muito grave, enquanto as Reformas estão aí, e nós não sabemos o que vamos fazer... O que eles querem com essas Reformas?

A Previdenciária é um susto. Querem colocar um teto de 2 mil e 500 reais, ou coisa parecida, e ninguém passa daí. Vai desestimular todos aqueles que querem subir, galgar, chegar, como eu cheguei, aqui, sem pai, sem nada, vindo do Norte. Não posso falar de mim, mas, como V. Ex.ª também, Presidente desta Casa, que foi um quase mascate, vendendo bugiganga, pois essas pessoas não podem mais subir com essas Reformas inventadas por esse Governo socialista! Dois mil e quinhentos reais serão teto. Teto de quê? Teto de um Brasil que não vai crescer jamais e que, dia a dia, se socializa. Eu estou, agora, vindo à tribuna para denunciar: tentam socializar o Brasil, e V. Ex.as serão as testemunhas. Tentam socializar o Brasil!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, é uma pena que a Ver.ª Maristela Maffei não esteja aqui, porque eu gostaria que ela, depois, comentasse sobre este panfleto.

 

(Mostra panfleto.)

 

Eu gostaria de ter um panfleto desse: colorido, bonito, caro. Este panfleto diz: (Lê.) “Participe da campanha de apoio à aposentadoria da dona de casa.” E diz mais: “Quem poderá receber? Todas as mulheres a partir dos 60 anos, que não tenham nenhum rendimento próprio, integrantes de famílias com renda igual ou menor do que dois salários mínimos e que não recebam nenhum outro benefício assistencial ou previdenciário de duração continuada (a não ser pensão por morte do marido ou filho). Como será garantido? Por meio da Proposta de Emenda Constitucional apresentada pelo mandato da Deputada Luci.” A Deputada Luci é de Santa Catarina. “A proposta acrescenta um parágrafo ao art.195 da Constituição Federal. No Congresso Nacional, muitos Parlamentares...” – não diz de que Partido – “... já adotaram a idéia, e estamos discutindo com o Governo a inclusão desse direito na Reforma da Previdência. De onde sairá o dinheiro? Aprovada a proposta, outra lei vai fixar a contribuição sobre o faturamento bruto e o lucro das empresas e sobre as grandes fortunas. Se o valor não for suficiente, o Governo destinará recursos do Tesouro para atender esse direito, já que cabe ao Estado garantir aos cidadãos as suas necessidades básicas, conforme está escrito na Constituição.”

Eu gostaria que a Vereadora, que copia a Deputada Luci, de Santa Catarina, explicasse aqui... No momento em que o Governo Federal, do seu Partido, está dividido, está tirando cada vez mais dos aposentados, vai fazer a contribuição dos aposentados ... Eu volto a frisar: um folheto muito bonito, colorido, caro. Meu Gabinete não tem condições de fazer isso aqui, mas eu gostaria que ela dissesse aqui de que lado ela está: se é do dos radicais que querem isso aqui, ou do daqueles outros que estão lá no Governo Federal, já que, no momento em que o Governo Federal, o Presidente Lula quer mudar a Previdência do País, Ver. Isaac Ainhorn, vai penalizar os aposentados, aí a Vereadora cria mais um benefício? Como é que isso vai passar? Eu gostaria que ela explicasse bem, pois se o Governo do Presidente Lula está tirando o benefício, penalizando cada vez mais o aposentado e o trabalhador brasileiro, aí ela se junta a um Projeto de uma Deputada - e nós não conhecemos, não sabemos se ela é da ala radical ou da ala ligth. Porque, senão, isso aqui fica passando para a população de Porto Alegre e do Estado uma demagogia, porque esse não é um Projeto em âmbito municipal: é um Projeto em âmbito federal. E a Ver.ª Maristela Maffei, até com uma boa idéia, está copiando, está pegando um apêndice desse Projeto, mas justamente nesse momento em que o Governo Federal está tirando cada vez mais do cidadão brasileiro, penalizando cada vez mais o aposentado. Aí, a Ver.ª. Maristela Maffei, até com uma boa idéia... Mas eu gostaria que ela explicasse se o seu Partido está de acordo com isso aqui ou se esses votos aqui, que acrescentam a esse parágrafo, no art. 195 da Constituição Federal, têm o apoio de todo o seu Partido. Porque, se tiver o apoio de todo o seu Partido, fica fácil. Então, esse aspecto é fundamental, nós temos que ter muito cuidado.

E eu, inclusive, quero assumir uma posição clara de que estou mandando um pedido aos três Deputados Federais do meu Partido para que votem contra a taxação dos aposentados. Estou pedindo, Ver. Isaac Ainhorn, aos três Deputados do meu Partido.

Portanto, a Ver.ª Maristela Maffei poderia explicar melhor: como é que se dá isso aqui no momento em que o Governo está tirando? Como é que ela vai dar mais benefício quando o Governo Federal está tirando do aposentado brasileiro? Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, eu quero, em tempo de Liderança do meu Partido, o PDT, poder fazer uma análise mais ampla, não com tanta profundidade, mas uma reflexão sobre o que vem acontecendo em nível nacional. Eu já disse em outra oportunidade, aqui - os próprios Vereadores petistas concordaram comigo, Ver. Cassiá Carpes -, o quanto é difícil ser Governo e o quanto é fácil e oportuno ser oposição. Eu estava, há pouco, falando com o Ver. Juarez Pinheiro - que é um querido amigo, um Vereador competente -, quando concorri ao Senado, no ano passado, foi ele que me orientou em todos os conteúdos do ponto de vista da ALCA: não à ALCA! Agora, bastou um encontro do Presidente Lula com o Presidente norte-americano, e o Presidente Lula já concorda com a ALCA, o que acaba tirando o discurso daqueles militantes e constrangendo-os. Não é que o Ver. Juarez Pinheiro não virá mais aqui falar sobre a ALCA, mas, como militante petista e que obedece ao caderninho do Partido, ele vai-se sentir constrangido de não vir aqui falar. O Ver. Raul Carrion, inúmeras vezes, veio aqui, quando oposição, falar sobre o neoliberalismo, falar sobre uma série de coisas, e ele também perdeu o discurso aqui.

A dificuldade de ser Governo é muito mais ampla do que se possa imaginar. Esta é uma pequena análise, uma reflexão que eu quero fazer nesta tribuna. Eu não estou aqui, vejam bem, criticando o Governo Federal por estar tomando essas decisões. Eu estou dizendo que, enquanto militantes e defensores dos nossos Partidos, nós, na maioria das vezes, temos de nos enquadrar.

“Fora FMI!” – não se ouve mais isso aqui, porque o Partido, para governar, tem de rezar pela cartilha do FMI, senão não vai poder governar. Essas questões todas do neoliberalismo, das quais, hoje, não se fala mais aqui; “não à ALCA!”, que, agora, não se fala mais, depois dessa reunião de Bush com Lula; essas coisas todas eu estou falando porque, quando uma decisão vem de cima, constrange a militância. Por isso que é difícil ser Governo, o fácil é ser oposição, o oportuno é ser oposição, e quando o Partido vai para o Governo e precisa administrar é que o Partido vê que é muito mais difícil, que o leque de alternativas é muito mais amplo.

Então, eu não quero usar esta tribuna para dizer que tudo está errado, porque é muito cedo para julgar o Governo Lula com apenas 6 meses de administração, é muito cedo, 6 meses. Mas as decisões tomadas até agora são decisões constrangedoras para os militantes que sempre disseram: “Fora FMI, não à ALCA e ao neoliberalismo!”.

Quero falar sobre esse panfleto da Ver.ª Maristela Maffei, do qual o Ver. Cassiá Carpes falou há pouco, mas eu quero elogiar essa Deputada petista de Santa Catarina, Ver. Cassiá Carpes, que está propondo essa Emenda à Constituição para beneficiar a dona de casa. Como é difícil ser dona de casa! Cuidar dos filhos, cuidar da casa, cuidar do marido, cuidar dos pais velhinhos, dos sogros velhinhos e, ainda, estar bonitinha para atender o marido à noite. Eu acho justo para donas de casa que a vida toda não podem trabalhar, muitas são até formadas, têm “canudo”, mas não têm oportunidade porque precisam ser do lar, porque têm problema de doença na família, porque têm problema até de relacionamento. Então, essas pessoas, essas donas de casa merecem essa iniciativa dessa Deputada. É preciso valorizar a chamada dona do lar. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta Especial. (Pausa.) Desiste. A Ver.ª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente Ver. João Antonio Dib, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, neste momento de discussão da Pauta Especial, eu gostaria de estabelecer uma ligação entre a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, e a proposta de LDO enviada a esta Câmara de Vereadores pela Prefeitura de Porto Alegre, justamente naquilo que diz respeito aos direitos das crianças e dos adolescentes. Crianças, geralmente vistas na condição de vítimas, Sr. Presidente, e adolescentes vistos, às vezes, como culpados pela violência que assola as nossas cidades. Nesta discussão há que se considerar a imaturidade física, mental, em desenvolvimento social, espiritual e moral das crianças e dos adolescentes, e por isso mesmo precisam de proteção e de cuidados especiais da família, precisam de proteção legal e institucional apropriadas. Ver. Renato Guimarães, o Governo Municipal conta com uma rede articulada de órgãos e de secretarias que se ocupam dessas questões, e que envolvem quase que toda a sua extensão. Mas eu gostaria de me referir, neste momento, àqueles órgãos que, essencialmente, cuidam desse assunto, quais sejam: a Secretaria de Educação, a Fundação de Assistência Social e Comunitária, a Secretaria de Governo Municipal, e, em ações complementares, a Secretaria Municipal de Esportes, da Cultura e o Departamento Municipal de Águas e Esgotos.

Em primeiro lugar, eu quero dizer que julgo absolutamente alvissareiro o fato de que, em 2003, a Secretaria de Educação evoluiu para um número de 129 creches e que consta na sua pauta para 2004 a construção de mais 3 creches comunitárias conveniadas.

E aqui eu queria estabelecer um diálogo com o Ver. Elias Vidal - que infelizmente não está no Plenário -, dizendo que discordo, com muita veemência, de uma expressão que ele usou na Sessão passada, de que as creches comunitárias são verdadeiros chiqueiros. Em primeiro lugar, eu discordo, porque não é real esta afirmação do Ver. Elias Vidal. Em segundo lugar, porque esta expressão não condiz com a linguagem parlamentar, com a função do Vereador. Em terceiro lugar, porque chamando as creches municipais de chiqueiros, ele está ofendendo, sim, o Governo Municipal; está ofendendo a Secretária Sofia Cavedon, todos os Vereadores da Bancada Governista, todos os funcionários da Secretaria de Educação, porque não é verdadeira, é injusta esta colocação, mas, principalmente, está ofendendo as pessoas que cuidam das creches comunitárias, aquelas pessoas que são responsáveis e que dedicam toda a sua vida a este assunto. Eu conheço algumas creches, poucas, e queria citar, por exemplo, aquela que existe da Associação dos Moradores do Campo da Tuca, e imagino que a Leci e a Marilu, que lá trabalham, não vão concordar com esta afirmação do Ver. Elias Vidal. Hoje, conversando com a Secretária Sofia Cavedon, ela me informou que, nesses convênios, essas creches que atendem até oitenta crianças, Ver. Cláudio Sebenelo, recebem 6 mil reais por mês. Pode não ser suficiente, mas é esse dinheiro, exatamente, que permite esse trabalho e esse atendimento.

Gostaria de me referir também a uma outra meta da Secretaria da Educação que fala em priorizar o combate à exclusão social escolar. Isso já acontece e se pretende que siga acontecendo em 2004, através de uma série de programas, de projetos da SMED que oferecem os meios mais sofisticados, mais atrativos para manter as crianças na escola, como, por exemplo, Ver. Pedro Américo Leal, o acesso à informática, o acesso à Internet. Todas as escolas possuem e todas as crianças têm livre acesso a esses meios contemporâneos. Há oficinas de arte, como o Espaço Alternativo. Há visitas culturais. A Escola José Loureiro da Silva e os seus cursos de balé já tradicionais. Eu conheço, há mais de dez anos, essas crianças que trabalham com a expressão do balé clássico.

Eu queria, neste momento de discussão de Pauta Especial, fazer uma sugestão à Ver.ª Clênia Maranhão, Presidenta da Comissão de Educação, Cultura e Esportes, para que promova uma visita às escolas do Município entre os Vereadores desta Casa, para que tenham a oportunidade de conhecer de perto esse trabalho.

Outra meta da Secretaria da Educação para 2004 seria a adequação à acessibilidade dos prédios das escolas às pessoas portadoras de deficiências, assim como já acontece no Centro Municipal de Cultura, no Museu Joaquim Felizardo, no Arquivo Histórico Moisés Velhinho.

No que diz respeito à FASC, eles estão se propondo a medidas de proteção integral para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. E aqui é importante o reconhecimento ao trabalho que a FASC realiza, ao trabalho sério e dedicado, e que conta com uma rede de profissionais, funcionários da área da saúde, de pedagogos, assistentes sociais e psicólogos. Porque aquelas crianças que infelizmente sofrem maus-tratos são recolhidas, às vezes de maneira temporária, pois sempre há a tentativa da rearticulação de laços, de vínculos familiares, de que as crianças voltem para a escola; e para isso esse órgão realiza convênios e tem também casas de convivência.

Em programas de ação complementar, eu gostaria de citar o trabalho desenvolvido pela Secretária Rejane Rodrigues, na Secretaria de Esportes, e eles colocam para 2004 ampliar e qualificar o esporte amador e o lazer em zonas periféricas. Este projeto certamente será aperfeiçoado com a sugestão do Ver. Aldacir Oliboni, na rediscussão do Plano Diretor, quando ele propõe a garantia de espaços para o futebol de várzea.

Eu quero cumprimentar todos os funcionários da Secretaria de Educação que trabalham sábados, domingos, nos fins de semanas e nos feriados, nos parques e nas praças, porque acreditam que as crianças têm direito ao esporte, a brincar e a se divertir.

A questão da Secretaria da Cultura - já falei em outras oportunidades -, e neste momento, quero me referir a alguns projetos do Departamento Municipal de Águas e Esgotos, um que já é antigo, o Tratando a Água Conosco, que são visitas orientadas - e V. Ex.ª, Ver. João Antonio Dib, conhece muito bem -, à Estação de Tratamento de Água, que é aberta às escolas públicas e às escolas particulares; e a um segundo projeto, que é o contrário: os técnicos do DMAE vão às escolas, por intermédio do Projeto Beija-Flor, e eles comentam com professores e alunos a ligação entre a educação ambiental e os diversos conteúdos curriculares.

Enfim, Sr. Presidente, eu queria me associar à preocupação do Ver. Carlos Alberto Garcia em relação à questão do abuso sexual, na exploração sexual comercial das crianças, quando se remuneram crianças e às vezes se remuneram terceiros, geralmente ligados ao crime organizado, quando providências já têm sido tomadas pela Secretaria de Segurança e Cidadania do Município, e certamente pela Secretaria de Segurança do Estado, isso tudo por intermédio de uma CPI, liderada pela nossa Deputada Federal Maria do Rosário.

Eu creio que esta problemática, a defesa dos direitos das crianças, deve envolver todas as instituições, todas as pessoas, a sociedade civil, como é o caso da RBS, que agora se associa a esta questão, porque é preciso atuar de uma maneira coletiva para a garantia da Constituição, para a garantia do Estatuto da Criança e do Adolescente. A Prefeitura de Porto Alegre tem feito a sua parte e certamente seguirá se superando e aperfeiçoando para o ano de 2004. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, mais uma Sessão de Pauta Especial da LDO. Eu gostaria de me referir ao tema da saúde, já que estou recebendo aqui representantes da comunidade do Loteamento Costa e Silva. Estão aqui o Juarez, o Marino, a Laura e o Marcelo, que vieram perguntar o que se deve fazer quando uma reivindicação da comunidade é aprovada no falado Orçamento Participativo do ano de 2000, para ser construída no ano de 2001, e a obra até hoje não foi iniciada. Então a comunidade do Loteamento Costa e Silva, mais a comunidade da Vila Esperança Cordeiro, que atinge aproximadamente mil pessoas, estão com a assistência médica, Ver. Cláudio Sebenelo, prejudicada. O mesmo problema aquele que nós já tratamos lá no Parque dos Maias, que V. Ex.ª bem recorda. E, Ver. Dr. Goulart, para serem atendidas, as pessoas têm de apanhar dois ônibus, ir até o Passo das Pedras, e ficar, inclusive, numa situação nada privilegiada. Eles são atendidos por gentileza, por favor, por caridade. Vossa Excelência, que sabe muito bem desse fato, sabe da situação da Saúde em Porto Alegre. Eu tenho certeza de que V. Ex.ª deve estar a par deste assunto e pode me dar até esclarecimentos a este respeito.

 

O Sr. Dr. Goulart: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Muito obrigado. Ver. João Carlos Nedel, sempre preocupado com as coisas da Saúde também.

Há tempos esta região foi privilegiada dentro do Orçamento Participativo, e aqui a gente abre um parêntese para dizer: como é que o Orçamento Participativo não está funcionando, se isso foi em 2001? Segundo: como é que o PSF não foi instalado? O Rio Grande do Sul é o último Estado em programas de médico de família; Porto Alegre é a última capital em números. Então, é importante que V. Ex.ª se preocupe e lute por isso, porque nós precisamos de mais soldados para formar um grande exército que diga: “Mais PSF para aparecer o resto do Brasil”. E o Orçamento Participativo de que eu nunca falei nesta Casa, pela primeira vez estou falando em três anos, está muito atrasado na Saúde, não é? Muito obrigado.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Vereador, nós esperamos que, no Plano de Prioridades e Metas da Saúde, esteja em primeiro lugar, a ampliação do acesso à assistência à saúde, através das equipes do DPSS. Nós esperamos que o Plano de Metas para o próximo ano seja efetivamente cumprido e vamos tratar de melhorar a Saúde em Porto Alegre.

Eu gostaria também de falar deste problema há muito tempo existente em Porto Alegre, mas que agora aflorou, que é o problema do lixo hospitalar. É um problema de Saúde Pública, sim, que deve ser enfrentado de frente, porque preocupa a população e preocupa os hospitais, que precisam prestar uma assistência efetiva na área da saúde. Graças a Deus, já temos equipamentos que podem reduzir a quantidade de lixo hospitalar ou incinerar em autoclave ou de outras formas até muito mais modernas. Tenho certeza de que precisamos talvez emendar essas metas, dando uma atenção ao lixo hospitalar.

Eu gostaria de falar especificamente dentro da minha área, ou seja, o desenvolvimento econômico. Nós temos em Porto Alegre um elevado desemprego, e há anos falamos sobre os motivos. Um dos motivos que nós sabemos e tristemente temos de lembrar foi ter mandado a Ford embora; isso nos atrapalhou em muito. O sistema, a roda econômica emperrou e deixou aqui o desemprego, a falta de renda e a falta de dignidade das pessoas, mas nós temos planos, temos metas, isso é muito importante. Aqui destaco que é preciso qualificar e agilizar os serviços prestados aos contribuintes para o licenciamento de suas atividades. Esse é um dos fatores que atrapalha o nosso desenvolvimento; o licenciamento é muito demorado, Ver. Juvenal Ferreira, atrapalha as atividades econômicas. É impressionante o quanto demora a aprovação de um projeto; um projeto, mesmo da construção civil, demora às vezes um ou dois anos, isso atrapalha os investimentos. O projeto de expansão de uma empresa precisa da análise do Departamento de Meio Ambiente, da FEPAM, da Secretaria de Indústria e Comércio e da Secretaria de Obras. É impressionante como tudo isso emperra o desenvolvimento em Porto Alegre, e aí é importante o cumprimento da meta de agilizar os serviços aos contribuintes para o licenciamento de suas atividades.

Também diz que deseja articular e induzir os agentes econômicos e sociais na construção de um projeto de desenvolvimento sustentável. Qual é o projeto de desenvolvimento de Porto Alegre? Nenhum! Ora, esta Administração está aí há 16 anos, e nós não sabemos até hoje para aonde vamos, o que nós queremos, o que trará emprego e renda para a população, o que é bom para a Capital. Nós somos especializados como uma Capital para área de serviços, somos vocacionados para isso. E, no entanto, Porto Alegre é a Capital do imposto elevado na área de serviços; 5% de impostos na área de serviços afugentam os investimentos. Nós estamos rodeados de investimentos em volta de Porto Alegre, por quê? Porque o ISSQN lá em Canoas, em Eldorado do Sul, em Viamão, em Cachoeirinha, em Ivoti são bem menores que em Porto Alegre. As empresas se localizam lá e fogem de Porto Alegre e deixam aqui, Laura, o desemprego, a falta de dignidade das pessoas, a falta de segurança, porque essas pessoas, desesperadas, vão para a marginalidade.

Esperamos que o Executivo, finalmente, pense em desenvolver o nosso turismo em Porto Alegre. O turismo é um ramo de atividade que mais multiplica emprego e renda e, por conseqüência, impostos; mexe em 32 ramos da economia, e nós pensamos muito pequeno em turismo. Graças a Deus estamos tendo novos tempos e esperamos que esses novos tempos se traduzam em emprego e em desenvolvimento do turismo para a nossa Cidade. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu havia preparado um discurso para esta tarde, como Líder da Bancada, evidentemente que sobre a área da Saúde, mas eu vi uma entrevista do Sr. Prefeito da Cidade sobre a volumetria e a altura das construções na cidade de Porto Alegre, e ele acha que isso aí deva ser discutido no Congresso de Porto Alegre.

Mas, se, em 16 anos, não chegaram a uma conclusão, fica difícil fazer qualquer tipo de administração ou qualquer tipo de projeção. Então eu volto para a Saúde, e a área da Saúde foi contemplada na semana passada, na Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor, com uma senhora com três meses de gravidez, que mudou de domicílio do Bairro Itu para o Bairro Costa e Silva, e, a quatro quadras de um posto de saúde, ela não tem direito a ter o seu pré-natal feito, desde os primórdios da gravidez até o parto, em posto de saúde. Na cidade de Porto Alegre, nenhum posto de saúde que existe aceita não só a ela como a mais de dez mil pessoas naquela localidade.

Nós queremos resolver esse problema particular e pessoal dessa pessoa, porque ela visitou a nossa Comissão, fez o seu depoimento, e, apesar de a Ver.ª Maria Celeste achar que a queixa deveria ser feita na Comissão de Saúde, também na nossa Comissão de Direitos Humanos se achou o fórum para esse tipo de debate. Eu tenho o compromisso de, até a próxima reunião, que é amanhã, telefonar para essa paciente e dar uma solução para o problema, como uma questão de solidariedade humana, pois as coisas na área primária de atendimento, Ver. Dr. Goulart, precisam de um cartãozinho de um político, miseravelmente, para um atendimento viabilizado ou adequado. Vocês lembram, e isso é inesquecível nesta Casa, quando veio aqui uma vez o Secretário Henrique Fontana, então Secretário da Saúde, hoje Deputado Federal, e trouxe aqui um folder sobre as consultas especializadas, e o folder era um belíssimo de um telefone, que dizia: “ligue para esse telefone que estarão resolvidos todos os problemas”. E hoje, o secundário, que são os especialistas, é um dos grandes desastres da área da Saúde. As pessoas têm os seus exames marcados, uma ecografia por exemplo, para daqui a 2 anos, 2 anos e meio, 3 anos, quando, muitos delas, poderão ter falecido.

Hoje, pela manhã, como rotina da minha vida de médico do Hospital Conceição, encontrei mais de cem pessoas na Emergência precisando de um leito hospitalar. Uma dessas pessoas, com quem tive aproximação maior como profissional, está há cinco dias esperando um leito para fazer uma cirurgia vascular periférica. Não tem leito.

O que estou dizendo para as pessoas do Canal 16, para todos os presentes aqui e para os meus colegas Vereadores e demais circunstantes? Se examinarem o primário, o secundário, se examinarem o terciário, nas três alternativas, que englobam todo o processo de saúde, nós vemos o caos, a desorganização e, mais do que isso, a indiferença em relação a este problema, mas uma indiferença patológica, “de fim de amor”, doentia, de incompetência e de impotência na elaboração de um sistema de saúde para a cidade de Porto Alegre.

É por isso que, já da forma mais rápida possível, enfrentando ainda o óbice do nosso recesso, vamos trabalhar todo este recesso em cima da preparação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito – não das mutilações - da Saúde, revisando todos os problemas e tentando montar, dentro desse caos, uma política que tenha, pelo menos, a dignidade e o nome de uma Política Municipal de Saúde. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Ver. João Dib; Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, eu começo pautando a questão da LDO, identificando neste debate do Orçamento um problema que parte da Casa vive. Parte da oposição sobe vem a esta tribuna, discute Orçamento, discute a LDO, discute Projetos, mas discute, me parece, sem parâmetro. Faz o debate de projeto de Governo sem nenhum parâmetro! Parece, para quem ouve, que as questões que são colocadas aqui, na área da educação, na área da saúde, na área habitacional, partem do parâmetro de que só existe, nesses 500 anos de País, o PT fazendo política pública. Partido nenhum, aqui, de oposição, passou por Governo, administrou política habitacional, administrou política de saúde. Esqueceram-se, por exemplo, que o buraco que temos na saúde pública, hoje, no SUS, é fruto de um desfinanciamento da Saúde, que começou com a implantação do SUS. Se nós formos comparar as leis orçamentárias do Município de Porto Alegre, temos a cada ano, no Orçamento e na execução, 10, 15, 20% do Orçamento executado na área da saúde. Em contrapartida, se formos ver, nos últimos 15 anos, o Orçamento da União na área da saúde é um fiasco! O que fizeram, nos últimos períodos - não estou falando nem do executado, estou falando do que foi encaminhado como proposta orçamentária -, o que fizeram nos dois Governos do Presidente Fernando Henrique Cardoso foi um fiasco com relação ao Orçamento da área da saúde. Foi um fiasco! Programavam uma coisa, não executavam nem 50%. Afundaram o Sistema Único de Saúde! A renda per capita, no Brasil, de saúde, na última década, ficou em torno de 84 reais; Porto Alegre tem uma per capita de 340 reais. O Orçamento que é gasto, em Porto Alegre, na área de saúde, é em torno de 340 reais.

Aí, buenas, vamos discutir LDO, vamos discutir saúde pública, vamos discutir... Parece-me que o grande desaguadouro de tudo é este ano, é o presente, não é o passado - não é, Ver.ª Margarete Moraes? -, com os desvios de milhões e milhões de reais deste País.

Sobre a questão do BANESP, nós estamos defendendo que saia uma CPI para investigar a remessa de “carretas” de recursos financeiros no nosso País. Eu acho que a discussão de projeto político, de Orçamento tem de ser balizada pelo presente, pelo que está propondo para o futuro, e pelo passado, porque, senão, todo mundo chega nesta tribuna aqui e fala “sem ter pai, sem ter mãe”. Ai o Ver. Cláudio Sebenelo fala desta tribuna, faz um belo discurso na área da Saúde e não diz que ele é do PSDB, que foi o Partido que afundou a Saúde Pública neste País.

 

O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Renato Guimarães, eu só queria sugerir que, no próximo debate que V. Ex.ª fizer sobre Saúde, se discutisse o problema gerencial de Porto Alegre. Sabe por quê? Porque, só em verbas para a Saúde, o Governo Fernando Henrique terminou com mais de 70% de aumento nos últimos dois anos.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Ver. Cláudio Sebenelo, esta informação o seu Partido deve ter passado só para V. Ex.ª, não passou para o povo brasileiro, porque nós não tivemos esse dinheiro nos postos de saúde, nós não tivemos esse dinheiro nos hospitais. Então, só V. Ex.ª recebeu do seu Partido esta informação, porque o povo brasileiro não recebeu esta informação lá no posto de saúde.

Vamos fazer política séria aqui, vamos vir à tribuna e vamos dizer de onde viemos, o que estamos fazendo e o que estamos pensando para o futuro! Não dá para vir nesta tribuna e dizer: “Olha, está errado isso hoje, ‘barará e bororó’”, mas não dizer que, lá no passado, estava votando, lá na Câmara dos Deputados, contra um Projeto fiscalizador dos planos de saúde, que nós sabíamos onde ia dar: ia dar na desconstituição do Sistema Único de Saúde.

Cada vez mais, todas as vezes que nós usamos esta tribuna e fizemos o debate, nós estávamos comprometendo o Orçamento Municipal de Porto Alegre, estávamos aumentando o Orçamento de Porto Alegre. Na área de educação, por exemplo, quando fizemos o debate estamos discutindo LDO. Por exemplo, quando se discutiu lá no Congresso, a LDB, Ver. Wilton Araújo, uma parte da Bancada de oposição dessa Casa votou contra, votou contra que na LDB tivesse legislado lá recurso para a educação infantil, para creche comunitária. Votou contra! Esqueceram-se que existe creche comunitária nos Municípios. Lá votaram contra. Agora, se esqueceram, aqui, desse passado. Vêm à tribuna e perguntam: como é que estão as creches comunitárias? Hoje nós estamos lá emendando o Plano Nacional de Educação para que tenha verba para a área da educação infantil, vinda pelo Fundo Nacional de Educação, para ajudar os Municípios a sustentar as creches comunitárias. Mas deu uma amnésia em parte da oposição aqui, que se esqueceu que jogou lá, pelos lobistas, no sentido de não- financiamento da educação infantil. Aí, vem e discute a LDO olhando só a questão do Orçamento exclusivo do Município e não discute a contraparte da União, não discute a contraparte do Estado.

 

O Sr. Aldacir Oliboni: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Renato Guimarães, eu queria parabenizá-lo por sua intervenção quando se refere ao serviço de saúde, principalmente, referindo-se ao Ver. Cláudio Sebenelo quando ele fala que o seu Governo investiu milhões de reais na área da saúde. Eu só quero lembrar o caso do Hospital Presidente Vargas. Eles foram tão incapazes de administrar o Hospital Presidente Vargas que o transferiram para o Município de Porto Alegre. Nós o municipalizamos, e ele está aí funcionando em perfeitas condições para a população.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Ver. Aldacir Oliboni, quando o Governo de Fernando Henrique entregou para nós o Hospital Presidente Vargas, dos oitos andares, quatro já estavam com as luzes apagadas, porque não estavam funcionando. Aí vêm falar aqui em Orçamento, em previsão.

Eu gostaria de colocar outra coisa na área da saúde, que é um debate importante sobre o Hospital de Pronto-Socorro. O Ver. Pedro Américo Leal sabe que esta Casa fez grandes movimentações no sentido de que o Governo do Estado ajudasse na manutenção do Pronto-Socorro. Por quê? Porque o Pronto-Socorro é um Hospital de todo o mundo, e nós queremos que continue assim: ele atende os porto-alegrenses e atende a todos neste Estado que, em situação de emergência, dele precisam. Buenas, eu gostaria de deixar uma pergunta aqui: como está o financiamento do Governo do Estado em relação ao Hospital de Pronto-Socorro? O Ver. Dr. Goulart e vários Vereadores estavam na reunião da Comissão quando cobramos a remessa desse recurso para o Município. Eles tiveram a informação de que esse dinheiro não está vindo. Gozado! Eu não vi esses Vereadores vindo à tribuna, Ver. Haroldo de Souza, para fazer o registro de que o dinheiro que tem de vir do Governo do Estado para ajudar a custear o Pronto-Socorro não está vindo. Buenas, mas que defensores são esses da Saúde do Município de Porto Alegre, que vêm aqui o tempo todo para acusar, mas não vêm aqui para “colocar os pingos nos is” quando necessário? Então, acho que é importante, é lógico, quando fazemos o debate de Orçamento, podermos colocar o que está acontecendo agora, vincular ao passado, porque não chegamos aonde chegamos... Em questão de Orçamento, nós não estamos com esta situação colocada, simplesmente, porque nós, em 1.º de janeiro, acendemos a luz do Estado brasileiro, não; o Estado brasileiro já existia antes e sob o domínio, sob o comando de forças políticas que estão neste plenário fazendo só o discurso da oposição. Buenas, nós queremos responsabilidade, Ver. Wilton Araújo, no sentido de que as Bancadas desses Partidos que depois que a sociedade brasileira conseguiu vencer o período da escuridão, da ditadura militar, esses Partidos governaram lá de 1980, da abertura, até hoje e entregaram o Estado brasileiro nas mãos do Presidente Lula desse jeito.

Portanto, é necessário fazer essa retrospectiva para que as pessoas sejam coerentes quando vierem nesta tribuna e colocarem a situação em que se encontra o Estado brasileiro, para que historiem as responsabilidades de como chegamos nisso. Não chegamos a um SUS do jeito que está porque, simplesmente, de janeiro em diante não se colocaram mais recursos. Pelo contrário, as verbas do Governo Federal, do Governo Lula na área da Saúde ampliaram neste primeiro trimestre, os dados mostram isso. O que recebemos foi uma Saúde Pública falida neste País e teremos que reerguê-la. Com certeza, o Presidente Lula e os dirigentes da Saúde o farão. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Apregôo dezenove Emendas do Ver. Nereu D’Avila ao PLE n.º 020/03, todas no Anexo da Saúde, todas no inciso III do Anexo. Todas incluindo algo mais.

Emenda n.º 38: “Adotar uma estratégia geral de Saúde, englobando a proteção da saúde, educação para a saúde, a prevenção de doenças, a assistência curativa e a reabilitação integral, observando as diferenças étnicas.”

Emenda n.º 39: “Dar continuidade ao processo para estabelecer o território de cada unidade básica de saúde, com a respectiva descrição de clientela e com o estabelecimento de fluxos de referência e contra-referência, mediante adequado planejamento, divulgando os dados obtidos e as medidas propostas para as correções de trajetória e implantação de novas unidades.”

Emenda n.º 40: “Qualificar a vigilância sanitária, dotando-a de condições para efetivar uma fiscalização de caráter promocional e continuado.”

Emenda n.º 41: “Reorganizar e qualificar a assistência praticada no Hospital de Pronto Socorro - HPS, valorizando adequadamente os seus servidores.”

Emenda n.º 42: “Ampliar e garantir a seleção, padronização e fornecimento de medicamentos adequados às necessidades dos cidadãos usuários do Sistema Único de Saúde – SUS, incentivando a utilização de fitoterápicos.”

Emenda n.º 43: “Dar continuidade ao programa de prevenção contra a drogadição de crianças, adolescentes e adultos.”

Emenda n.º 44: “Implementação das políticas de Saúde, provendo a atenção à saúde da criança, do adolescente e do adulto, considerando as especificidades dos grupos populacionais como mulher e trabalhador.”

Emenda n.º 45: “Implementar programas específicos na área de saúde bucal.”

Emenda n.º 46: Implementar programas específicos de prevenção ao vírus da AIDS.”

Emenda n.º 47: “Adotar e divulgar, adequadamente, medidas preventivas e específicas que visem a reduzir a ocorrência de câncer de mama, câncer de colo uterino, câncer de próstata, anemia falciforme e outros males típicos do sexo e/ou de origem étnica.”

Emenda n.º 48: “Procurar captar recursos junto ao Ministério de Saúde para ampliar o Programa de Agentes Comunitários, melhor qualificando e remunerando os agentes.”

Emenda n.º 49: “Dotar o prédio adquirido para a Vigilância Sanitária de condições adequadas de trabalho para os seus técnicos e o pleno atendimento das necessidades da comunidade.”

Emenda n.º 50: “O Poder Executivo deverá adotar todas as medidas necessárias à obtenção de recursos federais previstos nos programas aplicáveis no Município de Porto Alegre.”

Emenda n.º 51: “Incentivar o convênio com clínicas e comunidades terapêuticas que trabalhem com dependentes químicos, a partir de critérios estabelecidos com a Secretaria Municipal de Saúde e Conselho Municipal de Saúde.”

Emenda n.º 52: “Ampliação do horário de atendimento nos Postos de Saúde do Município.”

Emenda n.º 53: “Realizar a avaliação da qualidade dos alimentos produzidos e consumidos pela população.”

Emenda n.º 54: “Implantar atendimento e acompanhamento por equipes multidisciplinares aos portadores de dependência química e seus familiares.”

Emenda n.º 55: ”Desenvolver programa de esterilização de animais.”

Emenda n.º 56: “Criar espaço sócio-terapêutico-educacional especializado, com atendimento em tempo integral, para crianças e adolescentes com necessidades especiais, autismo, psicose e transtornos emocionais graves.”

Emenda n.º 14 ao PLE n.º 079/02, de autoria do Ver. Raul Carrion: “Reordena as alíneas ‘a’ e ‘e’ do art. 8.º do Projeto de Lei como segue: A redação proposta para a alínea ‘e’ passa a ser alínea ‘a’ e a redação proposta para a alínea ‘a’ passa a ser alínea ‘e’.”

A Mesa precisa colocar em votação os Requerimentos.

Em votação o Requerimento n.º 93/03, de autoria da Mesa Diretora, que propõe a realização, às 19h do dia 12 de agosto de 2003, de Sessão Solene em homenagem à comunidade ítalo-rio-grandense. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa). APROVADO.

Em votação o Requerimento n.º 122/03, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que solicita que o período de Comunicações do dia 18 de agosto de 2003 seja destinado a homenagear a Rede Brasil Sul de Comunicações e a Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, nas pessoas dos seus presidentes Nelson Sirotsky e Ione Pacheco Sirotsky. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. WILTON ARAÚJO (Questão de Ordem): Ver. João Antonio Dib, acaba de ser votado Requerimento de autoria da Mesa que visa a homenagear a comunidade ítalo-rio-grandense no dia 12 de agosto. Este é um Requerimento que certamente faz parte do calendário anual das festividades e das comemorações que a Casa faz. Eu gostaria de registrar, Sr. Presidente, embora na hora tivesse me inscrito para encaminhar o Requerimento, que esta Casa já prestou uma homenagem à comunidade ítalo-brasileira. Foi há menos de um mês, a Requerimento do Ver. Ervino Besson, onde este Vereador, inclusive, teve a oportunidade de se dirigir. Ato contínuo àquele momento, identificamos este Requerimento e pedimos que fosse reestudado, dado que aquela mesma comunidade já havia sido homenageada dia antes, e eu, sem saber da reanálise, vejo, com surpresa, a votação. Então, gostaria de questionar V. Ex.ª e a Mesa sobre esses fatos.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, V. Ex.ª é muito atento. Realmente, no dia 03 de junho a coletividade ítalo-brasileira foi homenageada por esta Casa, sendo que no dia 2 de junho, era aniversário da Proclamação da República Italiana. No entanto, esta solenidade se faz para que sejam entregues prêmios “Distinzione” a personalidades que serão homenageadas. Não é a mesma coisa, ainda que o título, aparentemente, seja a mesma coisa. Cumprimento V. Ex.ª pela atenção.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Ver. João Antonio Dib, nobre Presidente desta Casa, para um esclarecimento, uma vez que observo que nós não estamos ainda, neste momento, na Ordem do Dia, no qual o Regimento prevê uma hierarquia de votações: Projetos de Lei Complementar, Projetos de Lei simples e, ao final, Requerimentos. Normalmente, na Ordem do Dia...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Sou grato, e V. Ex.ª está correto, Ver. Isaac Ainhorn; mais uma vez está correto. São 17h29min. Alguns desse Requerimentos precisam ter decisão urgente, e nós não temos como fazer porque...

 

O SR. ISAAC AINHORN: Formalmente, ela seria ilegal, mas eu me curvo à decisão de V. Ex.ª, dizendo que nós estamos estabelecendo não uma nova Ordem do Dia, mas, com bom senso, uma ordem do Dib.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Muito obrigado, Vereador. Temos 29 Vereadores no plenário.

Em votação o Requerimento n.º 127/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que requer autorização para viajar a Brasília, representando esta Casa, para audiências com os Ministros de Estado do Esporte e das Cidades, no dia 26 de junho. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação o Requerimento n.º 128/03, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, solicitando pagamento de passagens, diárias e inscrições para os Vereadores Sebastião Melo, Ervino Besson, Carlos Alberto Garcia e Marcelo Danéris, para representarem a Câmara no Congresso Latino-Americano Extraordinário de Parlamentos Municipais, viagem com saída no dia 02 de julho e retorno no dia 05 de julho. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Voltamos à Pauta Especial.

O Ver. Elias Vidal está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, estamos vivendo um momento muito importante, porque estamos discutindo algo que é extremamente necessário, útil e importante para a cidade de Porto Alegre, que é a Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Em relação à Lei de Diretrizes Orçamentárias, eu gostaria de fazer algumas observações, primeiro, à Ver.ª Maria Celeste e, também, à Ver.ª Margarete Moraes, que são duas Vereadoras extremamente simpáticas, como também aos demais Vereadores da Bancada petista da situação, a qual eu respeito profundamente: o bom da democracia é que podemos discordar.

Mas eu gostaria de fazer aqui uma observação em relação ao que este Vereador falou sobre as creches comunitárias, quando utilizou a expressão “chiqueiro”.

Eu gostaria de dizer aos demais Vereadores que as creches comunitárias, muitas delas são extremamente deficitárias e carentes. Quando, numa casa, num lar, numa família, na minha residência, na sua residência, se no banheiro que se tem não for usado um desinfetante, uma Q-Boa, um Pinho Sol, um material de limpeza, mesmo sendo seres humanos que usem essa casa, essa residência, esse banheiro, o cheiro não vai ser nada diferente do que em recintos onde animais vivem e são criados.

As creches comunitárias, na maioria, são deficitárias, elas partem de um esforço muito grande, muitas vezes, de algum líder comunitário. Cria-se uma creche, e o que se sabe é que a Prefeitura tem um convênio que, há bem poucos dias, não chegava a 3 mil reais e que agora passou para 3 mil – eu não sei, exatamente, o valor - mas é 3 mil, e vai parando por aí. Qual é o custo da “administrabilidade” de uma creche com 50, 70, 80 ou 100 crianças? Quanto V. Ex.ª gasta em casa? Cidadãos que estão em casa nos escutando pela televisão agora, quanto custa o pão, o leite, o alimento, a “administrabilidade” de sua casa? Custa muito para quem tem um, dois ou três filhos. E quanto custará para manter cinqüenta crianças que precisam de muito cuidado, que precisam de toda a atenção especial? Ninguém vai-me convencer de que um convênio de 3 mil reais é suficiente para todos os encargos com funcionários, que, quando saem, põem na Justiça os que coordenam as creches, que, muitas vezes, acabam pagando de seus próprios bolsos. Com 3 mil reais não dá para pagar e não dá para ter um serviço qualificado. Não dá, não. Este Vereador, que já foi em muitas creches, teve de entrar com o nariz fechado, com aquela respiração que você faz, e aquele mau cheiro vai até o pulmão, e você se sente nauseado, porque falta material de limpeza, falta material de primeira necessidade nas creches, quando, ali, muitas vezes, as crianças vomitam, defecam, urinam, e não têm material, porque não há verba suficiente para administrar essas creches comunitárias. Não sei qual é o critério, qual é a noção de alguns Vereadores e Vereadoras em relação à higiene e limpeza, porque, quando chega nesse estágio, eu não posso usar um termo diferente desse que usei.

Quero dizer mais, o termo que usei é um sinônimo de um termo que usou o Ver. Carlos Alberto Garcia - que está no plenário -, outro dia, nesta tribuna, e deixou-me confuso, porque eu não sei se ele é da situação ou da oposição, porque o seu discurso foi de oposição, quando falou muito mal da “administrabilidade” das creches. Ele faz parte do Governo, é da base, está junto como Governo do PT na Prefeitura de Porto Alegre e é um dos Vereadores que falou e não falou bem porque ele é coerente, ele pode estar no Governo, mas não traiu a sua própria confiança, falou a verdade, falou o que ele sentiu no seu coração, por isso ele falou a verdade. Agora, vir aqui para a tribuna e fazer um discurso lindo, bonito, maravilhoso, tudo na teoria é ótimo, mas na prática não funciona a coisa.

Eu não era Vereador nas outras vezes em que V. Ex.as discutiram a LDO, então eu não posso falar sobre outros tempos. Só sei que a coisa não está bem, a visão que este Vereador tem, a leitura que este Vereador faz é de que a coisa está mal. Nós não temos trabalho social, na realidade. Trabalho social é você ir a Curitiba e ver o que acontece em Curitiba. É ir a Florianópolis e ver o que acontece nas ruas de Florianópolis. Para mim, isso é serviço social. Aqui, serviço social, a leitura que faço, é serviço social para “inglês ver”. São parcerias, são convênios, só para dizer que estão fazendo. Eu vou dar um exemplo de algo que falei outro dia: Projeto Kinder, que trabalha com crianças com deficiências, algumas com problema de coordenação motora, outras têm problemas com as pernas, bracinhos, outras não falam, são situações extremamente severas. Olha só o exemplo que vou dar: a Kinder gasta em torno de quase 600 mil reais por ano e atende a 250 crianças doentes, recebeu das empresas 60 mil reais em fevereiro. Este Vereador teve de ir na SMED, teve de brigar para liberar um dinheiro que não é da Prefeitura, um dinheiro que é das empresas que doaram no mês de fevereiro e até há 3 dias não tinha chegado nessa instituição, na Kinder - kinder em alemão quer dizer “crianças” –, Projeto Kinder. O que eu quero dizer com isso? Quero dizer o seguinte: em um caso de crianças portadoras de deficiências severas, desde fevereiro a instituição estava para receber o dinheiro e não recebia. Se para crianças com situações extremamente de carência, de saúde, agem assim, vão querer me convencer que o trabalho social funciona quando é uma obrigação da Prefeitura. Isso é uma obrigação da Prefeitura. Disse-me o diretor da Kinder: “Olha, você pega leve, porque, de repente, eles não vão dar o terreno que querem doar para nós.” Senhores, as coisas estão invertidas, quem tem de fazer o trabalho é a Prefeitura. A Prefeitura está jogando trabalho para cima das ONGs; está entregando o trabalho para o qual ela recebe com os impostos, e, segundo o Ver. Carlos Alberto Garcia, a Prefeitura recebeu no ano passado 1 bilhão e 871 milhões de reais. Ela é que tem obrigação de fazer o trabalho social. Não são as ONGs, não são as instituições, não são os fundadores que têm de tirar o dinheiro do bolso para fazer um trabalho social. Quem tem obrigação de fazer o trabalho social é a Prefeitura. A Prefeitura está jogando para as ONGs, para as associações de bairro o que ela tem obrigação de fazer.

Este Vereador gostaria que a sociedade fosse contemplada com aquilo que a Prefeitura tem a obrigação de realizar em relação a trabalhos essencialmente importantes para a sociedade.

Com relação às creches, eu gostaria que na Lei de Diretrizes Orçamentárias esta ajuda, esta colaboração fosse de fato, pois para mim são verdadeiras esmolas que estão doando e dizendo que estão fazendo um grande trabalho.

Um outro aspecto, para a classe pobre, operária, trabalhadora, qual o lazer principal? É o esporte, é o futebol. Vai nos campos de várzea dentro de Porto Alegre, vê se a Secretaria de Esporte faz alguma coisa nesse sentido? Os campos são crateras...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)

 

V. Ex.ª não está rodando muito dentro de Porto Alegre. Basta ir aos bairros, às vilas, para ver que não tem iluminação, os campos são pura cratera; não há rede, não tem bola, não tem grade, não tem tela.

Eu gostaria que realmente a LDO discutisse melhor esse tipo de coisa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, Júlio César, o grande conquistador romano, depois de uma batalha, perguntaram-lhe como havia se saído, e, como era de costume, ele, muito desdenhoso e autoritário, disse: “Cheguei, vi e venci!” Alguns Vereadores desta Casa pegam essa mesma idéia e a transformam em: “Não fui, não vi, não gostei e não presta!” Quer dizer, é mais autoritária e mais desdenhosa. Porque, pelo menos, Júlio César chegou, viu e venceu. Agora, existem Vereadores que não vão, não vêem, não querem saber e sabem que não presta. Eu começo por aí para dizer o seguinte: isso se aplica ao Orçamento Participativo e se aplica a esta questão que nós estamos discutindo das creches comunitárias. Porque eu ouvi aqui uns absurdos sobre as creches e até nem ia falar sobre isso. E quero continuar, inclusive, as explicações que estava dando a nossa companheira, Ver.ª Margarete Moraes. Em primeiro lugar, as pessoas podem ser Vereadores de primeiro mandato, mas têm de se informar um pouco sobre a história. Têm de se informar e têm de viajar. Têm de andar por dentro de Porto Alegre. As creches comunitárias estavam em petição de miséria quando o Governo da Frente Popular assumiu. Por quê? Porque dois Projetos – não vou entrar na polêmica, porque já fizemos – nós tivemos de assumir: o da Casa da Criança e o do SEAC, do Governo Federal, daquela época, que vinha do Governo Sarney, acho. Porque fizeram creches, entregaram o prédio, entregaram para a comunidade, não tinha funcionários, não tinha nem como manter. Foi a salvação o convênio das creches comunitárias. Foi a salvação, porque o convênio das creches comunitárias passou a viabilizar essas creches. E eu vou dizer: isso que o Ver. Elias Vidal falou aqui não é de creche conveniada, porque creche conveniada eu conheço. São instalações modestas, às vezes, mas absolutamente limpas. Até porque é uma condição para elas receberem a verba da Secretaria: submeter-se à fiscalização pedagógica e contábil da SMED. Então não é assim. Eu posso convidar o Vereador, levo-o às creches conveniadas da Zona Norte para conhecê-las.

Outra questão: a questão dos campos de futebol. Eu vou até dar continuidade ao que o Ver. João Bosco Vaz estava falando. Isso não é verdadeiro, Vereador. Podem existir campos, ainda, que precisem ser recuperados. Mas muito foi feito nesta área, Vereador. O Ver. João Bosco Vaz, que conhece esse aspecto, sabe, por exemplo, que o do Parque dos Maias é um dos campos que, acho, nenhuma cidade tem, campo iluminado. Tamandaré, Araribóia, na Gleba, temos uma bela praça de esportes, pedimos para que a Associação o administrasse - inclusive, na época o Presidente era este Vereador - e está bem administrado. Mas foi um movimento da comunidade. Então, há, sim, Vereador, um trabalho e não dá para ficar “procurando agulha em palheiro”, fazendo um raciocínio, às vezes, a partir de uma situação particular.

Também quero responder ao Ver. João Carlos Nedel. Foi muito bom o Ver. João Carlos Nedel ter falado sobre o desenvolvimento e o turismo. Também foi bom o Ver. Isaac Ainhorn ter falado na família, porque quero responder ao meu amigo Ver. Elias Vidal que a responsabilidade, no caso da assistência social, Vereador, não é da Prefeitura apenas. V. Ex.ª tem que ler a LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social -, que vigora para todo o País. Todos os Vereadores devem conhecer a LOAS. A LOAS estabelece, claramente, que a responsabilidade da assistência social é da família, da sociedade e do Poder Público, que inclui as esferas federal, estadual e municipal. Por isso, inclusive, Vereador, foram criados fundos – nacional, estadual e municipal – de assistência social, com a mesma estrutura do Conselho da Criança. Sabem para quê? Para acabar com as facilidades que existiam antes, porque o dinheiro público não era fiscalizado. Agora é fiscalizado, inclusive esse fundo não é gerenciado pela Prefeitura apenas, participam as entidades, os conselhos, fiscalizando. V. Ex.ª tem que se informar para não dizer coisas que não são verdadeiras, e penso que um Vereador tem que saber essas coisas...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Elias Vidal.)

 

Pois é, mas o senhor tem de conhecer a legislação, um Vereador da cidade de Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul, tem de conhecer a legislação.

Quanto ao que foi comentado pelo Ver. João Carlos Nedel, sobre o desenvolvimento econômico e o turismo, esse assunto é muito importante. O Ver. João Carlos Nedel, não sei se por cacoete ou não, sempre vê sinais apocalípticos em tudo que é lugar, e veio aqui e anunciou a crise, o apocalipse. Ele conseguiu ver uma coisa: Alvorada, Cachoeirinha crivadas de indústrias, todas as indústrias correndo para lá e Porto Alegre completamente sem desenvolvimento porque todas as empresas saíram daqui. Só o Ver. João Carlos Nedel, com essa predisposição apocalíptica, consegue ver isso.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, não repito as palavras de V. Ex.ª no sentido de que o Ver. João Carlos Nedel esteja dentro de uma visão apocalíptica. Acho que não. Realmente há um processo de sangria na economia do Município, onde o mais alto ISSQN do País está sendo praticado pelo Governo de V. Ex.ª, do PT, aqui na cidade de Porto Alegre! É um horror, Vereador!

 

O SR. ZÉ VALDIR: Vereador, pensei que V. Ex.ª ia agregar algo ao meu discurso e V. Ex.ª vem com um discurso já surrado e batido.

A primeira questão que eu queria comentar, no debate com o Ver. João Carlos Nedel, é que essa conversa de mandar a Ford embora, ficar eternamente repetindo isso, quanto ao conteúdo, a Ford foi lá para a Bahia, Estado que está na maior crise. O Vereador que é da área econômica tem de se informar sobre essas coisas. As montadoras, hoje, estão em crise, e qualquer economista sério sabe disso! Esse é o setor da economia que está mais em crise no mundo, e a grande saída é justamente investir nos médios e pequenos. Agora, o Vereador da Capital do Estado do Rio Grande do Sul fala como se o problema econômico fosse de responsabilidade do Município! Agora que ele é governo no Estado - que surgiu com outra proposta que até agora não disse a que veio, é um Governo de mídia - a responsabilidade do desenvolvimento econômico é de Porto Alegre. Quanto à Segurança, como não tem, o Vereador nem fala mais na questão da Segurança. E, quanto ao turismo, vejam como o peixe morre pela boca. O Ver. João Carlos Nedel foi um dos que sempre, nesta Casa, bradou que tinham que escancarar as portas do comércio aos domingos, que isso iria gerar empregos e desenvolver o comércio; o comércio já está aberto há algum tempo e, no entanto, os tais empregos não vieram! Então, o Vereador, para falar em turismo... O turismo era outro eixo, primeiro era o emprego e depois o turismo, porque aí abria-se o comércio aos domingos, toda a população do Rio Grande do Sul e da Grande Porto Alegre ia acorrer aqui para comprar. Eu não estou vendo nenhuma das duas coisas que o Ver. João Carlos Nedel ajudou a prometer para este Estado e para esta Cidade. Primeiro, que o comércio ia favorecer, ia aumentar o número de empregos, depois, ia atrair turistas. O turista não apareceu - Ver. Isaac Ainhorn, que é outro também que participou dessa demagogia toda –, o turismo não aconteceu porque shopping center, hoje, tem em toda a parte neste Estado, a única coisa que estão conseguindo é matar os pequenos comerciantes, aumentar a jornada de trabalho e fazer a superexploração dos trabalhadores do comércio! É a única coisa que estão conseguindo fazer com esse discurso, e é um discurso incoerente porque, em relação aos bancos, os bancos atendem 6 horas, de segunda-feira à sexta-feira, e os mesmos defensores dos usuários não falam nada sobre os bancos! Nas verdade, o que eles querem mesmo... Essa abertura do comércio aos domingos é para matar os pequenos, é para ajudar a destruir os pequenos! E cadê o turismo?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Tempo encerrado, nobre Vereador.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Já encerro, Sr. Presidente, é a última frase; eu é que pergunto ao Ver. João Carlos Nedel: onde está o turismo prometido com a abertura do comércio? Onde estão o desenvolvimento econômico, os empregos prometidos? Onde está a política econômica do Governador Rigotto? E o Ver. João Carlos Nedel, pelo seu Partido, faz parte desse Governo. Onde estão a segurança, o desenvolvimento econômico, etc.? Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Apregôo o pedido de destaque para o § 6.º, redação proposta ao art. 13, pela Emenda n.º 09 ao PLE n.º 079/02, que é o “Urbanizador Social”.

A Pauta Especial está encerrada.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro que possamos entrar – preservadas as Comunicações de Líder – imediatamente na Ordem do Dia, pulando a Pauta simples.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação o Requerimento do Ver. Marcelo Danéris para que não seja discutida a Pauta comum no dia de hoje. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Ver. João Antonio Dib, Presidente desta Casa e demais Vereadores, eu queria iniciar a minha fala pedindo a esta Casa um minuto de silêncio pelo falecimento do pai do Sr. Ministro de Esportes, Agnelo Queiroz, ocorrido no dia 21, que tinha, inclusive, o mesmo nome do Ministro. Pediria que a Casa homenageasse a memória dessa pessoa, que fez a sua passagem.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Deferido o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. RAUL CARRION: Nós gostaríamos, em primeiro lugar, de fazer referência em nome da Liderança do Partido Comunista do Brasil, à realização exitosa do 48.º Congresso da União Nacional de Estudantes. O maior Congresso da história da UNE, no qual foram eleitos mais de dez mil delegados em todo o Brasil, num total de dois terços dos cursos do País, sejam privados, sejam públicos, que ocorreu em Goiânia no final deste mês e que teve a presença de mais de dez mil estudantes, dos quais 57% dos delegados deram a vitória da chapa 9: Para Conquistar um Novo Tempo, da União da Juventude Socialista, que conseguiu eleger, então, como seu Presidente, o estudante Gustavo Peta, Presidente da UEE de São Paulo.

Esse Congresso foi de tal amplitude que houve nove chapas inscritas, inclusive, como a imprensa noticiou, do Partido da Frente Liberal, mostrando a pluralidade dos estudantes. Com grande orgulho a União da JS indicou esse estudante, que também é filiado ao Partido Comunista do Brasil, e que obteve uma consagradora votação – 3.120 votos – , sendo que a segunda chapa mais votada, Mudar o Brasil e o Movimento Estudantil, obteve 1.420 votos.

Evidentemente, a chapa eleita é plural, porque todas as chapas que obtiveram determinado percentual farão parte da nova diretoria, conseguindo, com isso, garantir a representação das mais variadas opiniões.

Esse Congresso definiu, Ver. Isaac Ainhorn... O Ver. Isaac Ainhorn participava, no Julinho, também, dos congressos e, naquela época, até foi membro do Partido Comunista; ele não gosta de lembrar disso, parece-me, nos dias de hoje, mas fatos são históricos, não é, Ver.ª Margarete Moraes? Na juventude, ele tinha uma postura mais progressista do que tem hoje, Ver. Juarez Pinheiro. Mas esse Congresso definiu uma postura de independência e de autonomia da União Nacional de Estudantes frente ao Governo, mas, ao mesmo tempo, também definiu compromisso da UNE no sentido das mudanças e no sentido do avanço no País através do Governo Lula.

Queria dizer, também, que o Congresso da União Nacional de Estudantes, da mesma forma que o PC do B, reafirmou a denúncia da ALCA e a postura da UNE, contrária ao ingresso do Brasil na ALCA, porque a ALCA é a recolonização do nosso Brasil, e, por isso, se equivocam os Vereadores que são governistas no Estado e dizem que as forças de esquerda abandonaram a luta contra a ALCA.

Isso posto, falaremos mais sobre o Congresso da UNE.

Eu gostaria também de registrar aqui que, no dia de amanhã, será votada, na Assembléia Legislativa, Ver. Marcelo Danéris, a PEC n.º 125, que novamente colocará ou reforçará, como atribuição das Câmaras Municipais, a decisão sobre o dia e o horário do funcionamento do comércio. Nesta Casa, está uma Moção de minha autoria, assinada já por 28 Vereadores da Casa, pela unanimidade das Bancadas do PT, do PMDB, do PTB, do PPS, do PC do B, do PSB, do PL, do PSL, por quase a unanimidade do PDT, e mais – só um Vereador do PDT não está apoiando -: Vereadores do PP e do PSDB, a favor da PEC n.º 125 que retorna para esta Casa, Ver. Cassiá Carpes, que tem sido um lutador junto conosco, o direito de os Vereadores decidirem sobre o dia e horário.

Mesmo que não consigamos votar, Ver.ª Maristela Maffei, a Moção está consagrada pela maioria dos Vereadores, 28 Vereadores, esse entendimento que será, no dia de amanhã, votado na Assembléia Legislativa e, certamente, será vitorioso, retornando para esta Casa a prerrogativa de decidir sobre a abertura do comércio aos domingos ou não.

Estes são os encaminhamentos da Bancada do PC do B, por meio da sua Liderança. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr.ª Presidenta, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, eu vou fazer uma rápida intervenção, apenas porque achei muito estranho o debate anterior que se estabeleceu nesta tribuna, sobre quem é Vereador antigo, quem é Vereador novo, qual Vereador entende de esporte, de educação, etc. Esse tipo de regionalização é muito estranho, porque os Vereadores, independente de homens ou mulheres, de serem advogados, jornalistas ou operários, são Vereadores. Nós chegamos a esta Casa porque temos uma história de trabalho, podemos divergir, ou não, de um método ou de outro método de trabalho, mas eu penso que tentar desqualificar uma intervenção da tribuna por esses atributos foge da realidade.

A segunda questão refere-se a alguns dados passados aqui pelo Ver. Zé Valdir que, penso, tinham de ser mais precisos, porque discutir a questão da educação infantil, discutir a questão da primeira infância, eu acho que é uma atribuição, uma responsabilidade e um compromisso de todos os Vereadores. O momento que se discute a LDO é evidentemente o momento em que cada Bancada, cada mandato, por meio da tribuna, coloca a prioridade de atuação ou os dados que são conquistados da sociedade por meio do contato que cada Vereador tem com essa comunidade.

Eu tenho a maior dificuldade de fazer esse debate de questões temáticas relevantes sob a ótica de um Partido ou de um segmento, mas eu queria dar uma sugestão a todos os Vereadores que forem discutir essa questão da primeira infância em Porto Alegre, da Educação Infantil, é muito importante que se leiam as notas taquigráficas de uma audiência pública que nós fizemos aqui neste plenário, no dia 27 de maio, onde, efetivamente, várias diretoras de creches, vários coordenadores de creches, vários atendentes de creches mostravam a enorme precariedade das suas instituições, apesar do enorme esforço, da enorme boa vontade e do trabalho voluntário desenvolvido por essas pessoas. Isso é uma realidade que não será resolvida se nós negarmos a sua existência. Necessariamente essas creches não são creches conveniadas, e aí o Ver. Zé Valdir tem razão. O problema é que a nossa luta é pela ampliação das redes de creches conveniadas e pela responsabilização do Poder Público Municipal da Prefeitura naquilo que é de sua atribuição, que é de sua responsabilidade, que é a educação. Na minha avaliação, é sob essa ótica que temos de discutir essa questão. E eu acho ainda que uma dificuldade muito grande que nós temos tido em avançar numa conquista de uma rede de creches e pré-escolas mais expressivas em Porto Alegre é pela tentativa de ofuscar uma enorme debilidade que nós estamos tendo neste momento, e já existe há muitos anos. A nossa luta, através da Comissão de Educação, é poder fazer avançar uma articulação onde não apenas a Prefeitura de Porto Alegre trabalhe com isso, mas também as entidades empresariais que têm programas e responsabilidade social, as entidades filantrópicas, tudo isso é correto.

Agora, para concluir, Sr. Presidente, eu só queria afirmar o seguinte, que isso não nos dá o direito de tergiversar dizendo que essa responsabilidade pela educação a partir de zero ano até a idade final do 2.º Grau é do Poder Público Municipal, porque isso está definido na Constituição, isso está definido na LDB - a responsabilidade do Ensino Fundamental e da Educação Infantil. Então, eu acho que isso é uma coisa real que tem de ser enfrentada em cima dos dados. Porto Alegre hoje tem 164 escolas e pré-escolas nessa fase. Isso é mínimo, isso é irrisório, isso é a demonstração de que não há uma compreensão por parte da Secretaria Municipal da Educação da importância e do significado, inclusive na fase adulta de um cidadão, daquilo que ele recebe na sua primeira infância.

Então, por isso, essa é uma questão seriíssima que deve ser enfrentada e para isso não devemos negar essa realidade. Porque negá-la não vai ajudar, de jeito nenhum, a resolver o problema sério que nós temos na área das crianças de zero a seis anos em Porto Alegre. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O Ver. Reginaldo Pujol retorna a este plenário depois de uma representação.

Apregoamos Emendas à LDO, PLE n.º 020/03:

Emenda n.º 57 - "Inclui no Inc. III - Anexo de Prioridades e Metas, da Educação, conforme segue: 'Promover cursos profissionalizantes, visando à reintegração à Sociedade dos egressos de programas de atendimento para dependentes químicos e seus familiares.”

Emenda n.º 58, mesmo inciso - “Prover as creches comunitárias de apoio técnico, financeiro e pedagógico”.

Emenda n.º 59, mesmo inciso - “Qualificar curso de formação para os educadores em nível médio na Escola Emílio Meyer.”

Emenda n.º 60, mesmo inciso - "Construir parcerias com as universidades, com o objetivo de desenvolver trabalhos na informática educativa, tendo em vista a dificuldade de aprendizagem dos alunos, especialmente na alfabetização.”

Emenda n.º 61, mesmo inciso - "Realizar estudos e elaborar projeto para a criação de oficinas gráficas para o Ensino Médio, destinadas à formação e qualificação profissional em artes gráficas, para adolescentes e adultos, e para a prestação de serviços aos movimentos populares.”

Emenda n.º 62, mesmo inciso - "Estudar, em parceria com a Secretaria Estadual de Educação (SEC), a implantação de nível médio em escolas de Ensino Fundamental existentes da Zona Norte da Cidade.”

Emenda n.º 63, mesmo inciso - "Estudar a viabilidade de formação rural, em nível de Ensino Fundamental, na Zona Sul da Cidade, que tem tradição econômica na área rural.”

Passamos a palavra às Lideranças para que definam a matéria a ser votada na Ordem do Dia de hoje.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, eu penso que hoje chegamos a um consenso que pede que a Ordem do Dia seja votada na seguinte ordem: PLE n.º 079/02; PLL n.º 194/01; PLL n.º 260/01; PLL n.º 176/01; PLL n.º 240/02; PLL n.º 013/03; PLL n.º 022/03; PLL n.º 037/03; PR n.º 112/02; PR n.º 026/03; PR n.º 028/03; PR n.º 034/03 e, finalmente, PR n.º 037/03, que entrego a V. Ex.ª.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação o Requerimento do Ver. Reginaldo Pujol. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3685/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 079/02, que regulamenta os § § 3.° e 4.° do artigo 76 da Lei Complementar n.° 434/99, dispondo sobre a parceria da Administração Municipal com os empreendedores considerados urbanizadores sociais. Com Emendas n.os 01 a 12. Com Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.° 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Aldacir Oliboni: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.° 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto e das Emendas n.os 01 e 02.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 29-05-03;

- discutiram a matéria, em 18/06/03, os Vereadores R.Pujol, W.Araújo, L.Braz, S.Melo, E.Besson(cedeu p/S.Melo), E.Guimarães, Dr. Goulart(cedeu p/W.Araújo) e C.Sebenelo.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLE n.º 079/02. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLE n.º 079/02.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, encaminhando esta votação, eu quero dizer, de forma objetiva, que nós da oposição estamos tranqüilamente votando este Projeto no dia de hoje sem que isso represente nenhum tipo de capitulação a qualquer pressão interna ou externa que eventualmente sobre essa matéria tenha surgido.

Nós dizíamos na Sessão de quarta-feira que inúmeros Vereadores queriam, entre os quais o Ver. Haroldo de Souza, que a matéria fosse transferida, de tal sorte que pudesse a Casa se assenhorear por inteiro da matéria que estávamos votando.

Hoje mesmo eu recebo do Ver. Pedro Américo Leal, que é o nosso decano aqui na Casa, um estudo aprofundado feito pela sua Bancada e que nos dá toda segurança na votação desta matéria. Eu já tinha uma posição favorável. Entendo como acabou entendendo a Bancada do PPB, que existem algumas reservas a este Projeto, mas que essas reservas poderão ser, posteriormente, Ver.ª Clênia Maranhão, com o andamento do Processo, com a prática da urbanização social de Porto Alegre, corrigidas no seu devido tempo.

Realmente é de se acentuar um esforço no sentido de limitar a excessiva burocracia que tem caracterizado a ação dos órgãos municipais no licenciamento de projetos de urbanização, quer seja na baixa renda, quer mesmo para a classe média, enfim, uma burocracia excessiva que caracteriza o cotidiano da relação entre os empreendedores com o Município de Porto Alegre. É um passo um tanto tíbio que está sendo dado, mas é um primeiro passo. E sendo um primeiro passo no sentido de minorar as dificuldades de relacionamento que hoje os empreendedores têm com os vários órgãos do Município envolvidos no licenciamento do Projeto, já é um fato positivo que por si só merece o nosso apoio. Além do mais há algumas ponderações sabiamente colocadas e Emendas corretivas negociada na sua quase integralidade e numa negociação no melhor sentido da palavra, eis que Emendas nossas mereceram apoiamento de parte do Governo, outras tantas mereceram correção; nós concordamos com as correções efetuadas numa demonstração que a aparente perda de tempo que o debate em torno desta matéria ensejou, é altamente compensada pelo dia de hoje, quando a matéria entra em votação de forma prioritária, sem que ocorram grandes discussões em torno dela. As discussões ocorreram anteriormente, os debates se sucederam na semana que findou, e hoje a Casa com tranqüilidade pode votar a matéria sem que isso represente por parte das oposições a capitulação a qualquer tipo de pressão, mesmo aquelas vinculadas aos órgãos de imprensa, que traduzem algumas posições de Vereadores desta Casa, que nós só admitimos como fruto de um momento em que o debate estava acalorado, e que parecia que não se teria sobre esta matéria o consenso, que afinal acabou se construindo. Vamos hoje, com toda a certeza, votar o Projeto, as Emendas, os destaques e, ao final, festejar o trabalho realizado aqui nesta Casa, que tem que ser uma Casa de discussão, de marchas e contramarchas, de avanços e de recuos para, no final, ter-se o entendimento que hoje se está tendo.

Por isso, Sr. Presidente, com a maior tranqüilidade encaminharemos o processo de votação, enfrentaremos o processo de votação, definiremos as nossas posições majoritariamente favoráveis ao Projeto com brevíssimas ressalvas, a maioria das quais, saliento, socorrendo-me do Ver. Pedro Américo Leal, são coisas que a prática poderá determinar correção com maior ou menor intensidade ou, quem sabe, na prática, fique comprovado que as dúvidas de hoje não têm razão de existir, porque, afinal, esta é uma Casa de homens e mulheres que não são donos da verdade. Uma inovação na vida de Porto Alegre precisa ser posta em prática para só depois ser corrigida naqueles casos em que, eventualmente, mereçam ser corrigidos. Era isso, Sr. Presidente, tão-somente isso.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação do PLE n.º 079/02.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, colegas Vereadores e colegas Vereadoras, na quinta-feira passada, nós fizemos um apelo no sentido de que este Projeto não fosse votado naquele dia, porque achávamos que não tínhamos o acúmulo, Ver. Haroldo de Souza, necessário para votar essa matéria. Nós já tínhamos preliminarmente examinado e, no final de semana nós nos aprofundamos neste Projeto. Eu diria, Ver. Juvenal Ferreira, que esta é uma carta de boas intenções. A sua consecução vai depender de um conjunto de políticas públicas. Por quê? Nós achamos, e nisso a Frente Popular talvez avance um pouco hoje, que sempre houve muita resistência do poder local a essa parceria do privado com o Poder Público. A política habitacional está a cargo do DEMHAB, Departamento Municipal de Habitação, que tem sido, Ver. Cláudio Sebenelo, insuficiente para a demanda de baixa e baixíssima renda na cidade de Porto Alegre. Lembro que no início de 90 nós tínhamos duzentas e poucas áreas irregulares em Porto Alegre; hoje a última amostragem nos dá conta de 470, 480 áreas irregulares em Porto Alegre. É uma demanda enorme do ponto de vista da habitação popular. Então, quando se regulamenta um artigo do Plano Diretor, plano esse que começa a ser revisto agora... E aí cabe um “gancho” para dizer: muitas das leis, dos artigos de leis, ou leis que precisavam vir para esta Casa para serem regulamentadas até hoje não foram. Na verdade, aqui se trata de regulamentar o art. 76 do Plano Diretor, nos seus parágrafos 2.º e 3.º, que, justamente, buscam parceria com o empreendedor privado. Eu diria que a nossa Bancada vai votar favoravelmente, porque, para nós, o interesse da Cidade, Ver. Pedro Américo Leal, está acima do interesse partidário. Então, toda vez que aqui nesta Casa há um Projeto que é do interesse da sociedade... E nós achamos que esta “carta de intenções” é uma “carta de intenções” boa. Vejo algumas dificuldades técnicas na sua execução, Ver. Presidente - e V. Ex.ª, que foi Prefeito, sabe; conversamos um pouco sobre isso -, mas acho que temos que dar o direito ao Poder Público local de tentar fazer. Nós vamos votar favoravelmente dizendo que achamos que é um avanço, porque busca, o Executivo, parceria com o empreendedor privado, mesmo sabendo que aqui há algumas cláusulas bastante draconianas, e eu não sei se vamos avançar na sua execução.

Mas eu diria, nos desafios da caminhada do nosso País, existem alguns eixos de estrangulamento, e um deles é a habitação: não há um projeto de habitação no País, Ver. Cassiá Carpes, ao longo dos Governos, historicamente, dos que passaram, e do que aí está. Os Estados, cada vez mais “garroteados”, também não conseguem destinar recursos para a habitação. A Prefeitura de Porto Alegre, só para se ter uma idéia, Ver. Pedro Américo Leal, construiu 10.500 casas, segundo dados da Prefeitura, casas extremamente pequenas, de 32 m2; então não tem uma política habitacional avançada. Não, falta muito! E comprou mil apartamentos superfaturados no Jardim Leopoldina: quando se mandava comprar por 0,6, compraram por 1,2 o CUB. Isso até hoje não foi explicado para a população, e aquelas famílias não conseguem pagar, e não vão pagar 700, 800, 900 reais de prestação. Esta é a política habitacional da Prefeitura de Porto Alegre: não existe! Oitocentas casas por ano!

Então, quando vem esse Projeto, que tenta atrair o empreendedor privado... Eu acho que é uma tentativa, é uma “carta de Intenções”. A nossa Bancada - conversei com o Ver. Haroldo de Souza, que também estudou a matéria - está encaminhando e vai votar a matéria favoravelmente. Muito obrigado, insigne Presidente João Antonio Dib. Veja que fui pontual desta vez.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elói Guimarães encontra-se em representação desta Casa.

O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para encaminhar a votação do PLE n.º 079/02.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu vou, a partir de agora, ler o parecer que deu a coordenadoria da minha Bancada, os técnicos. Por isso fizemos com que esse Projeto só agora, nesta semana, fosse votado. (Lê.) “O Projeto conceitua a figura do Urbanizador Social. É o empreendedor imobiliário cadastrado no Município, que pode ser pessoa física ou jurídica, interessado em desenvolver parceria para a produção de lotes ou habitações de interesse social. As cooperativas habitacionais autogestionárias cadastradas pelo DEMHAB serão equiparadas ao Urbanizador Social.

A parceria se realizará na produção e implementação de parcelamento do solo ou edificações destinados a suprir a demanda primária ou na regularização do parcelamento do solo. A forma de parceria...”

Acho que os Vereadores devem prestar atenção no que estou lendo, os Vereadores devem prestar atenção no que estou lendo! Há Vereadores que não estão prestando atenção no que estou lendo, e é interesse deles saber o que está se votando.

“A parceria se realizará na produção e implementação de parcelamento do solo ou edificações destinadas a suprir a demanda primária, ou na regularização do parcelamento do solo. A forma de parceria...”

Acho que os Vereadores devem prestar atenção ao que estou lendo! Os Vereadores devem prestar atenção ao que estou lendo! Há Vereadores que não estão prestando atenção ao que estou lendo, e é interesse deles saber o que se está votando!

“A forma de parceria será explicitada caso a caso em Termo de Compromisso a ser firmado entre as partes. Esse Termo de Compromisso é, na verdade, um contrato leonino, que prevê penalidades para o descumprimento ou atraso injustificado do acordo, mas apenas para o Urbanizador Social, nada constando quanto aos procedimentos relativos ao caso de ser o Município a descumprir o contrato.

O Município se propõe, além de alguns procedimentos comuns, ao seguinte: reduzir a 30% a garantia hipotecária para urbanização exigida em 60% pelo PDDUA; priorizar a tramitação administrativa; possibilitar a urbanização parcial ou progressiva.

O Município também poderá - não é compromisso - responsabilizar-se, em alguns casos, por estudos ambientais, projetos urbanísticos e complementares.” - que o Ver. Beto Moesch tanto enfatiza e com que tanto se preocupa. “Poderá também autorizar a transferência e/ou alienação do potencial construtivo referente às áreas que se tornarão públicas pelo parcelamento. De sua parte, o Urbanizador Social fica obrigado a produzir lotes ou unidades habitacionais de interesse social e a cumprir rigorosamente o Termo de Compromisso. Conclusão: O Projeto é bom, tem bom alcance social e político e deve ser aprovado. Os pequenos problemas que apresenta não o desviam de sua finalidade e não comprometem a sua integralidade. Para isso, algumas emendas já foram encaminhadas”. E outras tantas virão. “Após a aplicação prática da Lei, os eventuais problemas que ocorrerem poderão ser corrigidos também por Lei, independente da autoria da iniciativa.”

Por isto é que nós tivemos a transferência para esta semana e só agora colocamos em votação: porque não pretendemos fazer nada de afogadilho. E aqui foi tudo feito “descansativamente”. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação a prorrogação da Sessão por mais duas horas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA pela unanimidade dos 28 Vereadores presentes.

A Ver.ª Maristela Maffei está com a palavra para encaminhar a votação do PLE n.º 079/02.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, ao discutir este Projeto, sobre o Urbanizador Social, confesso que, se hoje, Ver. Ervino Besson, terminassem, neste plenário, as minhas atividades políticas, com certeza eu sairia desta Casa realizada. Por que digo isto? Primeiro, com a consciência tranqüila de que esta Casa discutiu, de que, ao solicitar um tempo necessário para as discussões democráticas, assim foi feito. Segundo, porque nós discutimos com muita força, fomos à exaustão da discussão, junto ao IAB, junto à Universidade Federal do RS, junto ao SINDUSCON, junto aos setores da sociedade civil, neocooperativados, movimentos populares, associações de moradores e juntos aos parceiros aqui desta Casa, no ano passado, quando tivemos dois Seminários. O Ver. Raul Carrion também participou conosco exaustivamente desse debate. E com certeza o interesse deste Projeto vem ao encontro das políticas e a vontade de todos nós de sermos uma mola propulsora juntamente com o DEMHAB, que não consegue atingir essa clientela para suprir as suas demandas habitacionais. Basicamente é uma clientela que hoje cai nas mãos do loteamento irregular, do loteamento clandestino e isso incentiva muito as ocupações que temos em nossa Cidade, fazendo uma degradação ambiental e habitacional de uma forma muito negativa.

Este Projeto, Ver.ª Clênia Maranhão, com certeza vem ao encontro de um projeto que eu sei que V. Ex.ª fez nesta Casa, um processo muito importante e o Ver. Raul Carrion também, que é de atingir principalmente as nossas donas de casa.

As mulheres, responsáveis pela família, vão ter neste Projeto um retorno fundamental. Não vou entrar aqui no mérito técnico, porque aqui há pessoas com muito mais qualificação para se deter nesses critérios, mas não poderia deixar de dizer do sentimento, da grandeza que vai significar para Porto Alegre, para essa população que atinge dos 3 aos 10 salários mínimos e que hoje não tem esse atendimento. A sensibilidade desta Casa, ao aprovar este Projeto, tem um grau de importância social que o tempo mostrará, que a história mostrará, porque não somos nós da Frente Popular apenas que podemos dizer que lutamos pela questão de cidade, de qualidade de vida, mas, com certeza, esta Casa com todos os seus Partidos, aprovando este Projeto, tem uma parceria e a cumplicidade de realmente fazer com que hoje possamos dizer a toda Nação que Porto Alegre está tomando a frente do maior e do melhor projeto que temos nessa área.

Portanto, eu gostaria de dizer, do fundo do coração, que esse é um filho ou uma filha de todos nós, que é um Projeto que terá um resultado fundamental, pois traz, na prática, a inclusão social junto com o Executivo, mas também da iniciativa privada. Parabéns para todos nós, porque, com certeza, tem, sim, a nossa responsabilidade. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação nominal o PLE n.º 079/02, por solicitação do Ver. Isaac Ainhorn. Vota-se o Projeto com ressalva das Emendas. “Sim” aprova o Projeto, “Não” rejeita o Projeto. (Pausa.) (Após apuração nominal). APROVADO o Projeto por 26 votos SIM.

Em votação a Emenda n.º 01 ao PLE n.º 079/02, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 01 ao PLE n.º 079/02, de autoria do Ver. Marcelo Danéris. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a Emenda n.º 02 ao PLE n.º 079/02, de autoria do Ver. Raul Carrion. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a Emenda n.º 03 ao PLE n.º 079/02, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em razão do destaque dos Vereadores Marcelo Danéris e Reginaldo Pujol à Emenda n.º 04 ao PLE n.º 079/02, será votada em duas partes. Em primeiro lugar a proposta de alteração da alínea “g” do art. 5º, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, só para um esclarecimento de votação, nós estamos simplesmente criando condições para ser retirada do texto a alínea “g” do art. 5º. O restante da Emenda está aprovada?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Sim.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Darci Campani, a alteração da alínea “g” do art. 5º constante na Emenda n.º 04 ao PLE n.º 079/02. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 08 votos SIM e 16 votos NÃO.

 

O SR. DR. GOULART (Requerimento): Sr. Presidente, não quero ser chato, não quero ser incômodo, mas, mais uma vez, eu venho solicitar, agora, que se faça uma diligência frente ao Pedido de Informações que fiz à PGM e que, até este momento, não chegou ao nosso gabinete e nem à Comissão de Saúde, Excelência. Por gentileza, anote.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nós estamos em votação, não seria permitido, mas V. Ex.ª tem razão, mas nós já determinamos que, se fizesse uma diligência e, em último caso, nós pedimos a segunda via.

Em segundo lugar a proposta para a alteração do § 1.º do art. 5º constante na Emenda n.º 04. Sim, aprova a redação proposta para o § 1º do art. 5º; Não, rejeita a redação proposta para o § 1º do art. 5º. Aprovada a redação proposta para o § 1º do art. 5º, fica prejudicada a apreciação da Emenda n.º 05.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Marcelo Danéris, o destaque do mesmo Vereador para a redação proposta para o § 1.º do art. 5º do PLE n.º 079/02. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 01 voto SIM e 20 votos NÃO.

A Mesa declara que houve um equívoco na votação da Emenda e seu destaque e vamos, novamente, colher os votos dos Srs. Vereadores: SIM aprova a redação proposta para a alínea “g” do art. 5.º constante na Emenda n.º 04 ao PLE n.º 079/02, NÃO rejeita.

As manifestações das diferentes Lideranças foram pela aprovação, portanto deve ser votado SIM para que se mantenha no texto a expressão do inciso “g”: “Gravar a gleba com área especial de interesse social, bem como propor alienação do regime urbanístico, quando possível e necessário, com a devida anuência do Poder Legislativo, de acordo com o disposto no art. 78, inciso II da Lei Complementar 434/99.”

Em votação o destaque da alínea “g” do artigo 5.º do PLE n.º 079/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Marcelo Danéris, o destaque para a segunda parte da Emenda n.º 04 ao PLE n.º 079/02, ou seja, a alteração do § 1º do art. 5.º. SIM, mantém o texto; NÃO, retira o texto. (Pausa.) (Após apuração nominal.) REJEITADO do texto o § 1.º por 01 voto SIM e 20 votos NÃO.

Em votação a Emenda n.º 05, de autoria do Ver. Wilton Araújo, ao PLE n.º 079/02: “Suprime-se o § 1.º do art. 5.º “. Não há porque votar, porque já foi suprimido.

Informa-me a Diretoria Legislativa que a Emenda n.º 05 é um pouco diferente do que foi retirado. Na redação anterior, retirava-se apenas uma palavra. E o Ver. Wilton Araújo propõe que seja eliminado o § 1.º do art. 5.º. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

 Em votação a Emenda n.º 06, de autoria do Ver. Wilton Araújo, ao PLE n.º 079/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a Emenda n.º 07, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, aposta ao PLE n.º 079/02, que altera a redação do art. 6º. SIM, aprova a Emenda; NÃO, rejeita a Emenda (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a Emenda n.º 08, de autoria do Ver. Almerindo Filho, aposta ao PLE n.º 079/02, que dá nova redação ao art. 11 e ao seu parágrafo único. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

O Ver. Marcelo Danéris apresenta destaque à Emenda n.º 09, que é a próxima Emenda a ser votada.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Nós votaremos agora a Emenda com a ressalva do destaque?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Exatamente.

Em votação a Emenda n.º 09, de autoria do Ver. Almerindo Filho, aposta ao PLE n.º 079/02, com ressalva do texto destacado. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Reginaldo Pujol, o § 6º destacado do art. 13 da Emenda n.º 09, aposta ao PLE n.º 079/02. (Pausa.) SIM mantém o § 6.º, Não rejeita o § 6.º. (Após apuração nominal.) REJEITADA a redação do § 6.º por 10 votos SIM e 11 votos NÃO.

Em votação a Emenda n.º 10, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, ao PLE n.º 079/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a Emenda n.º 11, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, ao PLE n.º 079/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a Emenda n.º 12, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, ao PLE n.º 079/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a Emenda n.º 13, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, ao PLE n.º 079/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a Emenda n.º 14, de autoria do Ver. Raul Carrion, ao PLE n.º 079/02. “Reordena alíneas ‘a’ e ‘e’ do art. 8.º.” (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Anuncio que o Ver. Wilton de Araújo representou, hoje, no Plenarinho da Assembléia Legislativa, este Legislativo entre 13h e 16h.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2945/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 194/01, de autoria dos Vereadores Beto Moesch e José Fortunati, que institui distância mínima nas pavimentações dos logradouros do Município de Porto Alegre. Com Emendas n.os 01 e 02.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01;

- da  CUTHAB. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01;

- da  COSMAM. Relator Ver. Pedro Américo Leal: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia em 05-03-03;

- adiada a discussão por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL n.º 194/01, de autoria dos Vereadores Beto Moesch e José Fortunati. (Pausa.)

O Ver. Darci Campani solicita verificação de quórum.

Visivelmente não há quórum.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão. Saúde e paz.

 

(Encerra-se a Sessão às 19h04min.)

 

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